Obituário Matinhense

Autor João Carlos

Hoje, dia 2 de novembro, Dia de Finados, acordei lembrando Papai, Juvêncio Capijuba, do cheiro (cheiro?) do seu molheiro, das batidas no flandres quando preparava as lamparinas, das suas canções, das pescarias de anzol no igarapé.  Lembrei-me das histórias (causos) de Miguel Brito, do carinho de tia Terezinha. Da carne vendida por Machado, de Nézio Jaburu, o maior pescador que conheci. Do bilhar de João Lima, da voz de Ribamar de Nhozão, de Corujinha, das articulações de Juarez Costa, e da calma de Antoninho Costa: meus amigos, de Zé Aroucha, estrategista, da bela caligrafia de Antonio Pedro Brito, Dr. Araújo, Nhonhô Barros. De tia Ana e Vicente Teixeira, Misael, de Manoel Teixeira, Marisa e Flávio Moraes, e sua relação de amor e ódio com Ana Rita no hospital, João Perna, Luis Dotô, Tatá e Maria Baixinha, Baiardo, Zé Pecuapá.  

Lembrei Cantidio, Tatico, Gordura, Roberval, Pitoca. Das pregações de Zé Conceição, dona Vicência, Romana, Zé Carlos, Seu Alcebíades, Marcos Aires. Do amem tríplice do Rev. Amaral: inigualável. Do amor e do carinho do Rev. Adiel por minha família, do futebol de Zé Raimundo de Jiruca, Maria Teixeira, Manduca e Puca, Antonio Augusto, Antonio Rola e Antonio Bolinha, tio Raimundinho de Belas Águas, Zé Raimundo Legó, João Neto, Leonardo, João de Mico, Forra Preta, Paturi, Janeiro, Silvino Rodrigues, e suas impagáveis gargalhadas nos velórios, João Diba,  Durvalzinho, João Gaguinho, Walbinho de Olinda, Teodomiro, Zé Preto, Diolinda, Belinha Soeiro, Floripes, Zé Pedro de Ventura, – de Bastião do Mangá, Venceslau do Galego e Barroso, – os três Sócrates de Matinha (quem conhece Filosofia Antiga, apreende).

Lembrei de Isaias Irara, Prisco do São Raimundo, Lalau, (ou Chico?), – todos conhecemos a piada-, Lidoca, Zé Maria de Itans, do conhecimento de Aderson, Didica, Zé Rico, Barnabé, Joaquim Tangará e João Costa, da Boa Fé. Tio Heráclito, – João Pombeiro, Seu Jerônimo, Maçica, Zé Meireles, Siriaco, chamado de fueiro, D. Angela, Teodomiro Penha, Mundiquinho Viana, Pereira da usina, Apolinário, Crispim: fui longe-. Santinho de Chico Quatrolho, Ataíde, “talihoo”, Raimundinho Barata, do caminhão de Juca Amaral, Titinha, Aniquinha, Zilda, Justina.

Lembrei das partidas de xadrez com Eldo RoneLuis e Matias Sousa, Silvestre Mendonça. Das Toyotas de Eugênio Furtado, Dioclécio Galvão, Jorge Galvão, Ademir e João Soldado, Joquinha, Clistenes e Raquel Amaral, Débora, Dolores, Léia, D. Glaci, Zé Morgado, Dico Solha, João Berredo, Dudu Mota, Zé da Caema, meu compadre, João Preto, Brás e Marcelino Costa, Doninha, Bima, Santoca, Henrique, Livramento, Nonato Padeiro, Getúlio, Oscar, Zé Fininho, Zé de Teotônio, Jeferson e Bajeba, Zé Borges, Joventina, Joca e Ana Maria de Aliete, Mambó, Pupu, Edgar, Domingos Marques, Raimundo Pito, Zeferino Farinha Boa, Raimundo Cutrim, Teodora e Nonato Costa, Mundico Lima, D. Nhadica e Rita. Ainda, João de Dico e Das Dores, Tio Barbosa, Aquino, Augusto de Afra, Escolástica, Nazaré de Chico e Nazaré de Lucilia, Maria Euzébia, Daziza, e suas mãos abençoadas.

Lembrei de Zé Prego, Adofina, do gosto musical de Gedeão, Juvencinho, meu” Mano”, João e Onésimo de Desidério, Zé Pedro de Chico e Neném de Bijoca, trocadores de cavalo. Dedé Cofo e João de Nem, Antonio Joacy, Zeruia e Dedé, Flávio Penha, Cel. Eurípedes e suas tiradas, Nego e sua mãe Ducarmo de Beatriz, Onésimo Tinga, Ribamar Ribeiro e suas sacadas “geniais”. De meu compadre Dominguinhos de Boa Fé, Valdo,  Joca Quarenta, Carlos Cesar, Marcio Amaral, Claudio, Saco Jr, que pra mim era  “Zaco Jr”, de Demóstenes.  Dos “palavrões” de Wilson,  Benedito de Grisosto, Augusto Teixeira, do trombone de Costinha, Nonato e Dondom, João Heráclito, (“Bolinha”) e meu companheiro do xadrez, Hercules. Das duas Mudas e o Mudinho, Cirilo Mendonça, Joaquim Bocá, Manoel Costa da Campina, Zé Berredo Novo e  Velho, Carrapicho, D. Roxa, Domingos Serra, Rubem e Regina, Abraão do Coroatá, Sivirino, Maneco Sena, Seu Dico Sena, Benedito de Osvaldo, e sua alegria em falar de política, Cherré, Chengo e Ribamar Fofinho, Canem, e sua lancha, D. Raimunda Furtado, Mundiquinho Ribeiro.

Lembro de Dr. Messias, amigo, companheiro, Tancredo Ferreiro, Dona Biluca, Ribamar Pinguinho, Benito, “Arroiz de Pranta”,  Leonice, Zé Furtado, D. Joana e  Boaventura, contador de causos, Benedito Veloso, D. Jerusa, Carpina, Nilo, D. Tonica,  Chinga,  Ulisses Silva, Gaida, João Diniz, Manoel Silva, Rocha. Da D-20 de Zezé Veloso, Raimundo Leal,  de Camu e Norberto, amigos  e anjos da guarda de papai. De tio Sinhozinho,  Babita, Coronel, Maria Berredo, primeira professora,  D. Aliete, Coló, Matico, tia Ninita, Zé Oliveira, Lucas Seixas, Anastácio, João Barqueiro, Ana de tio Barbosa, Netinho, Ninrod Cutrim, Jackson, Pretinho e Gilvan, Binas e Saint Clair de  Itans, Zezeca de Ilha Verde, Nicácio, Gonzaguinha, Chiquinho, Duduzinho,  Antonio Fonseca,  Chucheta, Vico, Professora Didi,  Canguelo,  Zé de Lelis, Nizinha, Valderez, mais que amigas, irmãs, de mamãe. Pixilau, D. Raquima, Juju Silva, Abraão e Bastião de Bita, D. Josefa, Raimundo Abel, Raimundo Silva Costa, João Soeiro, Domingos Ferreiro, D. Noeme, Alberice, Justino Cutrim, e sua celebre frase do tanque, D. Pedrolina, Ulisses motorista, Ivanildo Sousa, Geraldo, Zé Maria Serra, Sisnandes, Paulo Gogo, Borel, tio Gregório Ferreiro, Rogenis e Rogivaldo, Tutuca.

Por último, mas não em último lugar, minhas duas mães: Ana Rita, Mãe Ita, Them, (assim eu a chamava), – nunca entendi o porquê-, a pessoa mais despojada que conheci, fazia da profissão um sacerdócio, atendia a todos, independentemente de cor, religião ou condição social e financeira, adorava o que fazia. Indescritível sua dedicação e amor ao próximo. Vereadora por três legislaturas, seu slogan era “A amiga certa das horas incertas”, nada mais verdadeiro.  Conduziu à vida, segundo meus cálculos , mais de 4 mil crianças, não lembro nenhum óbito de alguma mulher grávida. E Maria de Lola, minha mãe biológica, uma leoa na defesa dos seus, um amor devotado, paixão sem limites, palavra de afeto sempre nos lábios, vida dedicada aos filhos, marido e a Deus. Sem contar o peixe no leite de coco, feito por ela, imitado, mas nunca igualado.

Devo ter esquecido muitos nomes,….  Mas esses que citei, são personagens da minha infância, mocidade e também da fase adulta. Ficaram como diria Carlos Drummond de Andrade: “… Na vida de minhas retinas tão fatigadas”. Também no coração. Lembranças indeléveis, reminiscências abençoadas, contraditórias: tristes e belas recordações.  A eles, seus descendentes, amigos, saudosistas como eu, minhas sinceras homenagens.

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