Considerando-se que o Rio Pindaré é um dos mais importantes para Baixada Maranhense, por isso, a participação no Comitê de Bacia desse rio é uma necessidade para o Fórum da Baixada, pois a água e a Baixada possuem uma relação de simbiose fundamental para manutenção da segurança hídrica da região, além de que quase todas as atividades econômicas, especialmente as de subsistência, dependem das águas.
Portanto, enfatiza-se que o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pindaré é fundamental, pois visa capacitar as pessoas sobre questões acerca da preservação desse importante rio, razão pela qual o Fórum da Baixada pretende participar dessas ações, com ingresso no referido comitê. Por isso, postulou a sua inscrição para participação no Comitê de Bacia, como membro da sociedade civil.
O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) indicou ANTÔNIO LOBATO VALENTE e ANA CREUSA MARTINS DOS SANTOS, para os cargos de membro titular e suplente, respetivamente, para concorrerem à eleição como membro do Comitê de Bacia do Rio Pindaré.
Para fins de habilitação, foi elaborado um Relatório sucinto, que segue anexo, em que se discorreu sobre as principais ações de apoio e acompanhamento dos projetos relacionados à preservação de rios e mananciais de água doce. Os temas apresentados foram: Diques da Baixada; Diques de Produção; Bosques da Baixada e os comitês de bacias, os quais direta ou indiretamente contribuem para a preservação do meio ambiente. No relatório constam os principais links de matérias jornalísticas sobre esses assuntos.
Saímos do local de embarque exatamente no horário estabelecido, 4 horas da manhã. Nosso destino era o município de MATINHA, mais precisamente, o povoado de GRAÇA. E durante o trajeto a conversa rolou solta pela Van. Falou-se e ouviu-se de tudo. Política, futebol, piadas (destaque para Deuzenir), muito riso, muita alegria, tudo sempre disciplinado, quando o exagero aparecia era acalmado pelo com o apito da competente Secretaria Elinajara.
Antes, porém, teríamos uma parada obrigatória e fundamental na RÁDIO E TV MARACU (uma das mais significativas parceiras da região). O nosso companheiro BENITO, empresário e proprietário da emissora nos honrou com um irrepreensível café da manhã, com um seleto cardápio composto de frutas, sucos, café, chocolate, bolos etc. RANY (como é chamada pelos seus inúmeros ouvintes) esmerou-se no serviço, educada, gentil e caprichosa. GILVAN nos surpreendeu com um excelente conhecimento sobre o Fórum e de suas missões. Entrevistou-nos com a maior deiscências e competência; ARTUR esmerou-se durante todo o evento para registrar com precisão os mínimos detalhes. Como dizemos na Baixada: Ficamos sem palavras para agradecer tamanha gentileza e generosidade a essa equipe maravilhosa da MARACU. Para ser mais simples e direto: BENITO e equipe, VALEU, 10.
Na MARACU tivemos a honra da presença dos companheiros forenses: NÉLIO JÚNIOR, HENRIQUE TRAVASSOS e o empresário e vice-prefeito de Matinha, NARLON.
Seguimos para o povoado GRAÇA.
Grande surpresa na chegada. Em primeiro lugar a comunidade toda, como poderia dizer? em FESTA. Todos ali reunidos, alguns com seus produtos à venda, uma feirinha, ZÉ PINHEIRO, cantador de boi de matraca, vendia bananas e cantou uma toada.
Na mesa reservada às autoridades foi lastrada de bolos e pães de excelente qualidade produzido na padaria da comunidade. Devemos lembrar que essa comunidade é um quilombo e com alto grau de organização e preservação dos valores tradicionais.
MANOEL (ex-presidente) e DOMINGOS (atual presidente), humildes e perseverantes acreditam num futuro melhor para aquela comunidade.
Não há e nunca houve sucesso sem disciplina, conhecimento, determinação e, sobretudo, humildade, porque são estes componentes que determinam o sucesso de qualquer empreendimento, sociedade ou nação.
Durante a semana a comunidade com o comando e providências de CÉSAR BRITO, HENRIQUE TRAVASSOS, DOMINGOS, MANOEL e voluntários organizaram tudo para que o plantio ocorresse da melhor forma possível.
A PREFEITA, seu esposo ALDO, NARLON e seu FILHO, secretários etc. participaram do Evento. A prefeita LINIELDA disse que o povoado GRAÇA estava em estado de GRAÇA. NARLON anunciou que ITANS será a próxima parceira em um novo projeto de BOSQUE. Um dos desejos da comunidade é implantar um bosque de Jussara em dois hectares. A terra, eles têm.
Depois das autoridades e forenses plantarem suas mudas, com a competente cobertura de TV e RÁDIO MARACU, rumamos para ITANS, mais precisamente para a residência do empresário NARLON, onde sua esposa OLINDINA serviu um suculento e saboroso almoço, cujo cardápio, não poderia ser diferente, à base de peixe, sucos etc.
No final, houve discurso do Presidente do Fórum da Baixada enfatizando a importância do Projeto BOSQUE DA BAIXADA e da existência de políticos realmente comprometidos com as questões da Baixada. SILVEIRA lembrou da importância da união e do sucesso de ITANS que motivou a aceitação e mudança na política de MATINHA. A entrada de NARLON na política e a efetiva participação nas eleições, marcaram um novo grupo político no município. SILVEIRA e CIBALENO, grandes líderes em ITANS, foram fundamentais neste processo.
No último sábado (26/02/2022), o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e seus parceiros procederam ao plantio das primeiras mudas do Bosque das Mangueiras em Matinha. O bosque é uma parceria da comunidade quilombola do povoado Graça, Fórum da Baixada, Prefeitura Municipal e Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Uma expedição de São Luís, com uma comitiva de 15 membros do Fórum da Baixada, participou do evento, que contou também com moradores, convidados, estudantes e lideranças políticas. A programação contou com uma entrevista na rádio Maracu, onde o presidente do FDBM, Expedito Moraes, a vice Ana Creusa e o coordenador do projeto, Dr. Gusmão Araújo, explicaram as ações em Matinha.
Os entrevistados forneceram informações sobre o Projeto Bosques da Baixada, que visam conscientizar, na prática, sobre a importância da preservação ambiental, por meio de plantio de bosques com a participação das comunidades envolvidas e órgãos do poder público. Um café da manhã, oferecido pela emissora, e uma recepção pelos forenses como o secretário de Gabinete de Viana, Nélio Júnior; do engenheiro agrônomo Henrique Travassos; e do vice-prefeito de Matinha, Narlon Silva, iniciaram a programação na região.
Expedito Moraes apresentou um breve histórico da iniciativa, enquanto Dr. Gusmão, como responsável técnico pelo projeto, e Ana Creusa, falaram sobre a importância do projeto, vez que possibilita que algumas espécies ameaçadas de extinção, ou que são importantes para os municípios sejam cultivadas nos bosques que serão cuidados pela comunidade.
Em seguida, dirigiram-se à comunidade Graça, onde participaram de uma solenidade de implantação do Bosque das Mangueiras, em Matinha, e foram recepcionados pelos moradores e lideranças políticas e comunitárias. Lá, além dos coordenadores do projeto e do Fórum da Baixada, usaram da palavra a prefeita Linielda de Eldo, o vice-prefeito Narlon Silva; o ambientalista Cesar Brito e lideranças do povoado, que destacaram a criação e a importância do bosque.
Dr. Gusmão Araújo lembrou que o trabalho de cuidados com o Bosque cabe aos moradores, mas que o Fórum da Baixada e demais parceiros estarão sempre prontos para ajudar e acompanhar, inclusive prevendo o plantio de outras mudas.
Após isso, os moradores, as lideranças e estudantes plantaram as mudas das mangueiras, após processadas e acompanhadas pela Universidade Estadual do Maranhão. Ao fim da programação, os participantes foram convidados pelo vice-prefeito do município, Narlon Silva, para um almoço em sua casa, no povoado Itans, e um passeio pela comunidade que é exemplo na piscicultura do Maranhão.
O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) lançou, em 2018, na gestão de Ana Creusa, a proposta de institucionalizar o projeto “Bosques da Baixada”, sob a coordenação dos professores José Ribamar Gusmão Araújo e Jucivam Ribeiro Lopes da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), ambos filhos de Bequimão. A ideia inicial foi resgatar e valorizar espécies representativas e tradicionais da flora dos municípios da Baixada.
O BOSQUE DOS PARICÁS foi o 1º bosque implantado. O projeto “Paricás em Paricatiua: um sonho possível” ou popularmente denominado “Bosque dos Paricás”, teve as mudas plantadas em 26/01/2019 na comunidade Paricatiua, município de Bequimão. O referido Bosque foi viabilizado partir da iniciativa e trabalho de diversos forenses e sob a inspiração do professor José de Jesus Lemos da Universidade Federal do Ceará (UFC), filho de Paricatiua.
IMAGENS: VIVEIRO DA UEMA – LOCAL DE PRODUÇÃO DAS MUDAS DE PARICÁS
II – LANÇAMENTO DO “BOSQUE DAS MANGUEIRAS” EM MATINHA
No dia 26/08/2018 em Evento do Fórum da Baixada em Matinha, foi lançado o Projeto Bosque das Mangueiras em Matinha, com a presença da Prefeita Linielza. Na oportunidade, o Prof. Gusmão, após apresentar o projeto do Bosque dos Paricás, lançou o desafio para Matinha ao parafrasear Geraldo Vandré “pra não dizer que não falei das Mangas” e reforçou que o “itinerário e modelo dos Paricás poderia ser um bom guia para Matinha e pra toda a Baixada”. A escolha da fruteira mangueira guarda relação com o fato de Matinha ser considerada a capital dessa fruta na Baixada. Neste Bosque serão inseridas mudas de mangas de “tipos/variedades” representativas (tradicionais ou históricas) das várias comunidades do Município.
IMAGEM: EVENTO DO FDBM NA COMUNIDADE PONTA GROSSA/MATINHA (26/08/2018).
III – ESCOLHA DO LOCAL PARA IMPLANTAÇÃO DO BOSQUE
A partir de articulação local do forense César Brito, os líderes comunitários do Povoado Graça fizeram a doção do terreno. No espaço escolhido reside uma comunidade quilombola que acolheu o projeto, sendo esta visitada e aprovada pelos forenses em 11 de janeiro de 2019. Na verdade, nessa área que possui 2 (dois) hectares, com vegetação preservada e nascente de águas, viceja a possibilidade de se ampliar a ideia inicial de “Bosque das Mangueiras” para “Parque Ambiental de Matinha”, decisão que cabe ao executivo municipal. Destaca-se que a referida comunidade tem grande diversidade de mangueiras e uma variedade em particular, centenária, denominada “Graça”, foi resgatada para o Bosque.
IMAGENS: VISITA DOS FORENSES À COMUNIDADE GRAÇA/MATINHA (11/01/2019).
IV – COLETA DE RAMOS E PREPARAÇÃO DAS MUDAS PARA O BOSQUE DAS MANGUEIRAS/MATINHA
A primeira fase de produção das mudas consistiu na semeadura dos caroços de manga no viveiro da Fazenda Escola de São Luís – Curso de Agronomia/UEMA, no início de 2020. O objetivo foi formar os “cavalos” (porta-enxertos) sobre os quais seriam enxertadas as variedades de manga de Matinha.
No 16 de outubro de 2020, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) fez uma visita técnica ao município Matinha, para coleta de ramos de mangueiras para enxertia, visando a preparar as mudas para plantio do Bosque das Mangueiras, sob a coordenação técnica do Prof. Gusmão, Engenheiro Agrônomo da UEMA. Na ocasião realizou-se nova visita à comunidade Graça para se confirmar a área de plantio das mudas e comprometer a comunidade com os cuidados do futuro do Bosque.
IMAGEM: VISITA DOS FORENSES A MATINHA PARA COLETA DE RAMOS DE MAGUEIRAS (16/10/2020).
Foram coletados ramos de 7 (sete) variedades de mangueiras de Matinha, assim denominadas: ÁGUA VIVA, CONSTANTINA, TERESINHA, CESAR BRITO, PÊRA, GRAÇA E LOLICO. A mudas permaneceram 15 meses no Viveiro da UEMA e foram retiradas pelo forense Cesar Brito em 07/04/2021. Em razão da pandemia o plantio foi transferido para o início de 2022.
IMAGEM: MUDAS DE MANGUEIRA NO VIVEIRO DA UEMA (ABRIL/2021).
V – QUANTIDADE DE MUDAS PARA FORMAR O BOSQUE
Serão plantadas um total de 47 mudas.
Espaçamento: 8,0m x 7,0m (8m entre fileiras e 7m entre plantas)
VI – GUARDIÕES DO BOSQUE
Os guardiões do Bosque/Parque são os moradores do Povoado Graça, sob o comando do líder da comunidade, Manoel.
Entre as responsabilidades compartilhadas pela Comunidade, cita-se: proteção e manutenção da área, capinas/coroamentos, adubação e podas e ampliação do Bosque com o plantio de outras variedades. Técnicos locais devem passar as devidas orientações. Estima-se que entre dois e três anos terá início a produção de frutos, os quais poderão ser utilizados para consumo das famílias e venda no mercado local. Acrescente-se que o Bosque também é lugar da prática sobre educação ambiental.
VII – PERSPECTIVAS DE NOVOS BOSQUES
– Bosque em Peri-Mirim (falta definir a espécie; gestor local: Ana Cléres)
– Bosque das Araribas em Viana (gestor local: Luís Henrique)
OBS: A Diretoria do FDBM deve prospectar nos demais municípios o interesse nos projetos de Bosque.
VIII – VIVEIROS DE PRODUÇÃO DE MUDAS
A Diretoria do FDBM e os gestores do projeto “Bosques da Baixada” incentivam e propõem que os gestores municipais envidem esforços para a implantação de Viveiros de produção de mudas não só com o objetivo de abastecer a implantação de Bosques, mas também para fomentar programas/projetos produtivos locais. Cita-se como bom exemplo Anajatuba que recentemente construiu seu viveiro telado na sede do município, por meio da secretaria de Agricultura, com recursos próprios.
A estratégia é que cada município elabore e apresente o “projeto de viveiro telado” às secretarias e/ou instituições estaduais ou federais, além de priorizar a construção com recursos próprios. Em seguida, instituições como UEMA, IFMA, UFMA e outras podem realizar treinamentos e capacitações a técnicos e produtores locais acerca dos processos de produção de mudas.
A Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) – campus São Bento/MA está oferecendo o curso superior de TECNOLOGIA EM FRUTICULTURA.
O curso será presencial, com três anos de duração. Com áreas de atuação: 1) Pesquisa e Desenvolvimento; 2) Projeto junto a Produtores e 3) Cadeia Produtiva da Fruticultura.
O curso de Tecnologia em Fruticultura visa à formação de profissionais qualificados para atuarem na cadeia produtiva da fruticultura. Dessa forma, a Universidade visa contribuir e estimular o desenvolvimento da economia regional. Os profissionais dessa área estarão habilitados para planejar, projetar, gerenciar e executar empreendimentos voltados para a produção de frutas. Eles também podem elaborar e executar projetos agrícolas que compreendem a implantação, cultivo, produção, colheita e pós-colheita de frutas. Além disso, podem fiscalizar, elaborar relatórios e pareceres sobre o controle de qualidade, classificação e certificação de frutas. Podem ainda fazer vistorias, realizar perícia, avaliar, emitir laudo e parecer técnico em sua área de formação, entre outras atribuições.
O período para solicitação de isenção já iniciou: 22/11/2021 a 17/12/2021.
As informações foram fornecidas pelo Diretor do Curso, o Pós-doutor em Agroecologia, Prof. Dr. Augusto César Vieira Neves Junior e Prof. Dr. José Ribamar Gusmão Araújo, doutor em Agronomia (Horticultura) e Fruticultura da UEMA e membro do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, responsável técnico pelo Projeto Bosques da Baixada.
Na sexta-feira, dia 16 de outubro de 2020, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) fez uma visita técnica ao município Matinha, para mais uma etapa do projeto “Bosques na Baixada” cujo gestor é o Prof. Dr. José Gusmão Araujo, Engenheiro Agrônomo (UEMA).
A missão teve início às 03:30h da manhã, quando saímos de São Luís em dois veículos e partimos em direção a nossa região, o primeiro presente do dia foi ver o nascer do Sol no solo sagrado da Baixada.
Chegando em Matinha por volta das 07:45h, os forenses Aureliano (Lolico) e Mariana já nos aguardavam com um farto e delicioso café da manhã, recheado de muita hospitalidade, característica especial do povo baixadeiro.
César Brito se juntou a nós e não tardou para que Manoel (líder comunitário do povoado Graça) também chegasse, e assim, desfrutamos do café já potencializando os planos para o dia.
Após o café da manhã, o Dr. Expedito Moraes – presidente em exercício do FDBM- fez um breve relato sobre as ações, reuniões e articulações em busca de novas parcerias para fortalecimento dos projetos do Fórum. Em seguida, nos dirigimos à Fazenda Água Viva, de propriedade de Socorro, para dar início ao cumprimento da nova etapa do projeto. A missão consistia em recolher ramos de espécies de mangueiras (principalmente as extintas ou significativas para o município), para poder fazer enxerto e dessa forma manter a espécie, fazendo com que as futuras gerações possam conhecê-las.
Lolico nos guiou e fomos em algumas localidades fazer a coleta. Entre uma e mangueira e outra, uma pausa para comer as bolachinhas de Lauro, que consideramos patrimônio cultural de Matinha.
Por volta de meio-dia, nos dirigimos até o povoado Graça, onde fomos bem recebidos pelos moradores. Durante a coleta em uma mangueira bem antiga (estima-se que tenha mais de 200 anos), tivemos a grata surpresa de encontrar com Cibaleno, presidente da Associação de Piscicultores de Itans.
Depois, acompanhado dos moradores, fomos até o local onde será o Bosque das Mangueiras. Fizemos uma pequena trilha e aproveitamos o momento para fazer uma oração de agradecimento a Deus por estar no presenteando com aquele momento tão especial, permeado de sonhos, fé e esperança!
Terminamos a última coleta quase às 14:00hs e só então fomos almoçar, já com a missão devidamente cumprida. Após o almoço, os forenses deslocaram-se à residência da mãe de uma ex-aluna do Dr. Gusmão, onde fez um enxerto e tivemos a oportunidade de ver como é o processo.
Retornamos à casa de Lolico, onde Dr. Expedito presentou alguns forenses com o livro “Ossos do Ofício” do escritor Vianense Nonato Reis. Depois de tomarmos um café quentinho regado a boas conversas, nos despedimos de Lolico, Mariana e César Brito.
Partimos para nossa última missão antes de voltar para São Luís, mas desta vez em Viana, a convite de Cibaleno, fomos até Povoado Cacoal, às margens do Lago de Viana. Ficamos mais uma vez encantados com a beleza e a riqueza daquele lugar. Conhecemos ainda o empreendimento de Cibaleno nesse mesmo povoado, com vários tanques para a criação de peixes.
Retornamos a São Luís por volta de 17:30h, com o dever cumprido e alma carregada de boas emoções.
Ficha Técnica:
Participaram da Visita Técnica saindo de São Luís:
Prof. José Gusmão, Ana Creusa Santos, Expedito Moraes, Ana Cléres Santos, Elinajara Pereira, Maninha Martins, Alana Mota, Deuzenir Szekeresh e Valdir.
Apoio em Matinha:
Lolico, Mariana, César Brito e Manoel.
Apoio no povoado Graça:
Sr Domingos, Sra Domingas e Sra Antônia.
Participação especial: Cibaleno e Fernanda.
* Elinajara Pereira Castro é natural do Povoado Pontal Bequimão, Bacharel em Hotelaria pela UFMA; 1ª Secretária do FDBM (gestão 2017-2019).
Trata-se de um itinerário que não pode parar: sonho coletivo, novas parcerias, pessoas entusiastas e muito trabalho!
O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) lançou, em 2018, sob a presidência de Ana Creusa, a proposta de institucionalizar o projeto de “Bosques da Baixada”, sob a coordenação dos professores José Gusmão Araújo e Jucivam Lopes da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), ambos filhos de Bequimão.
A partir da inciativa e trabalho de forenses e sob a inspiração do professor José de Jesus Lemos da Universidade Federal do Ceará (UFC) foi gestado o projeto “Paricás em Paricatiua: um sonho possível” ou popularmente denominado “Bosque dos Paricás”, que culminou com a o plantio das mudas em 26/01/2019. O Bosque dos Paricás foi um sonho acalentado há anos pelo professor Lemos, filho de Paricatiua, Comunidade ribeirinha de Bequimão.
O Bosque dos Paricás tem sido a inspiração e referência para o Fórum decidir-se pela implantação do “Bosque das Mangueiras em Matinha”, considerada capital dessa fruta na Baixada. Tal iniciativa foi concretizada em evento técnico do FDBM realizado em Matinha no dia 26/08/2018, ocorrido no “Santuário Ecológico de Ponta Grossa”, na propriedade do forense César Brito.
Na ocasião, foi apresentado e discutido primeiramente as ideias do projeto “Diques da Baixada” plataforma socioambiental que se propõe ser redentora para a Região, sob a liderança do forense Alexandre Abreu e, em seguida, foi lançada a proposta do Bosque das Mangueiras em Matinha, então acolhida pelos forenses, pela comunidade matinhense presente ao evento e pela prefeita municipal. A Srª Linielza comprometeu-se em apoiar e providenciar a doação de uma área próxima à sede do município.
No referido evento, o Prof. Gusmão, após apresentar o projeto do Bosque dos Paricás, lançou o desafio para Matinha ao parafrasear Geraldo Vandré “pra não dizer que não falei das Mangas” e reforçou que o “itinerário dos Paricás pode ser um bom guia para Matinha e pra toda a Baixada: sonho coletivo, novas parcerias, pessoas entusiastas e muito trabalho”!
O projeto avançou, os forenses se mobilizaram, especialmente o entusiasta César Brito em âmbito local e foi cumprida a expectativa de doação da área do novo Bosque. Os líderes comunitários do Povoado Graça fizeram a doção do terreno. No espaço escolhido reside uma comunidade quilombola que acolheu o projeto, sendo esta visitada e aprovada pelos forenses em 11 de janeiro de 2019. Na verdade, nessa área que possui 2 (dois) hectares, com vegetação preservada e nascente de águas, viceja a possibilidade de se ampliar a ideia inicial de “Bosque das Mangueiras” para “Parque Ambiental de Matinha”, no qual será inserida mudas de mangas de “variedades” representativas (tradicionais ou históricas) das várias comunidades do Município.
Na sequência, no início de 2020, foram semeados os caroços de manga no viveiro da Fazenda Escola de São Luís – Curso de Agronomia/UEMA, com o objetivo de formar os “cavalos” (porta-enxertos) sobre os quais serão enxertadas as variedades de manga de Matinha. O forense César Brito também coletou sementes de mangas de Matinha que foram agregadas ao mesmo trabalho.
No momento, vive-se a expectativa da aguardada viagem no próximo dia 16 de outubro de 2020, com o objetivo de se realizar a coleta dos ramos de mangueiras de Matinha e entorno para execução da enxertia, além da visita à área do Bosque na Comunidade Graça. Desse processo resultarão as mudas que serão plantadas entre fevereiro e março de 2021.
Como curiosidade, ilustra-se que a mangueira pertence à espécie Mangifera indica L. (família Anacardiacea, mesma do caju), é originária da Índia, com quase mil variedades, sendo descrita há quatro mil anos e o seu nome deriva de “amra” que, em sânscrito, significa “serve às criaturas”. Nossos irmão indianos têm razão: por certo, a manga serve a todos nós e a diversos animais, encantando os nossos olhos como uma árvore exuberante e frutos coloridos, deleitando nossos sentidos com frutos saborosos e aromáticos, alegrando as crianças que brincam á sua sombra e enriquecendo a natureza baixadeira com a sua diversidade de tipos e variedades.
* José RibamarGusmão Araujo é natural de Bequimão/Maranhão. Membro-fundador do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), Gestor do Projeto Bosques na Baixada do FDBM. Engenheiro Agrônomo, formado pela UEMA. Mestre e Doutor em Agronomia/ Horticultura pela UNESP, Campus de Botucatu/SP. Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade (DFF)/CCA/UEMA. Leciona no Curso de graduação em Agronomia e no Programa de Pós-graduação em Agroecologia.
Palestra proferida em Matinha no dia 26/08/2018 no Evento Fórum da Baixada em Matinha, por José Ribamar Gusmão Araújo, que possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual do Maranhão (1987), mestrado em Agronomia (Horticultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1995) e doutorado em Agronomia (Horticultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998). Atualmente é professor adjunto do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade da Universidade Estadual do Maranhão. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fruticultura, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo cultural de plantas frutíferas, porta-enxertos, prospecção e domesticação de fruteiras nativas, propagação e produção de mudas frutíferas, e sistemas agroecológicos de produção vegetal com ênfase para os componentes perenes. Atualmente, desenvolve projeto de inovações tecnológicas e estudos de qualidade de frutos na cultura do abacaxi Turiaçu nativo do Maranhão e realiza pesquisa com manejo agroecológico de bacurizeiros nativos da região do Munim, Maranhão.
A Baixada Maranhense é uma microrregião do estado do Maranhão constituída de 24 municípios. Nessa microrregião encontra-se uma submicrorregião chamada de Pericumã que contém nove (municípios). Um desses municípios é Bequimão. Em Bequimão há um pequeno povoado que contem não mais do que 200 famílias, chamado de Paricatiua. A população desse povoado sobrevive principalmente da pesca e da agricultura, onde produz arroz, feijão, milho e mandioca, praticamente para o sustento das famílias. Trata-se de um povoado muito carente que apenas em 2006, por ação do então Governo do Estado, levou água encanada para boa parte das famílias do povoado, através da perfuração de poços tubulares e rede de distribuição. Paricatiua seria um local em que a árvore Paricá aconteça em abundância. Paricá (Schizolobium amazonicum) é árvore da família Caesalpiniaceae, ex-Leguminosae Caesalpinioidea que ocorre naturalmente na Amazônia brasileira. Os maiores estoques naturais ocorrem no estado de Rondônia, nas tipologias denominadas de floresta densa e floresta aberta. A madeira da árvore é largamente utilizada na produção de laminados para fabricação de móveis. Por causa do seu elevado valor comercial e do seu rápido crescimento, apresenta um grande potencia para ser utilizada em projetos de reflorestamento. Nos dois primeiros anos de idade o Paricá apresenta casca lisa, fina, de coloração esverdeada, e uma copa rala sem ramificações. À medida que vai crescendo e se desenvolvendo, a casca vai ficando verde- acinzentada. Com o passar do tempo, a casca assume a coloração esverdeada recoberta de manchas esbranquiçadas. Nessa fase intermediária de crescimento, o Paricá é mais suscetível ao vento, podendo ter a sua copa quebrada facilmente. Na fase adulta a árvore Paricá pode atingir 30 metros. Nas condições amazônicas, a floração dos Paricás acontece entre maio e junho. 0 fruto do Paricá é um legume deiscente, alado, obovado, achatado, coriáceo, de coloração amarronzada (quando maduro), formada por dugs valvas que apresentam formato de espátula. 0 fruto contem apenas uma semente achatada, ovalada, de coloração pardacenta e revestida por um tegumento duro. Observa-se que em Paricatiua não se encontram exemplares da árvore, provavelmente por ter sido devastada no passado para ser vendida para construção civil, fabricação de móveis e talvez para confecção de embarcações. Alternativas que precisam ser objeto de pesquisas futuras. Neste estudo desenhou-se um projeto de reflorestamento para o Povoado de Paricatiua, onde serão plantadas ao menos 200 árvores em janeiro de 2019. O projeto envolve a participação da população do povoado, sobretudo da escola do município com o envolvimento de professores e estudantes crianças e adolescentes do nível fundamental. Envolve a participação de uma entidade não Governamental, o Fórum da Baixada Maranhense (FDBM) e a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) através do curso de Agronomia e do Núcleo de Georeferenciamento (NUGEO). Foram coletadas 300 sementes nativas de Paricás em municípios vizinhos de Bequimão pelos membros da FDBM. As sementes foram escarificadas por processo manual para agilizar a germinação e plantadas no dia 5 de junho deste ano em tubetes no viveiro da UEMA em São Luís, coordenado pelo Professor José Ribamar Gusmão. Em menos de uma semana, todas as sementes germinaram. Em meados de julho uma equipe de estudantes da escola municipal de Paricatiua, assessorada por professores da escola, Professores da UEMA, membros do FDBM, e pelo coordenador do LabSar, visitam o viveiro. As mudas estavam com uma altura média de 30 centímetros. Em janeiro de 2019 será efetuado o plantio das mudas em Paricatiua. Serão plantadas ao menos 200 mudas no Bosque dos Paricás, numa área de aproximadamente um hectare que foi cedida pelas autoridades do povoado para que se implante o projeto. Trata-se, portanto de um projeto de pesquisa, extensão e pedagógico, porque insere jovens do povoado, estudantes e professores do curso de Agronomia da UEMA e foi concebido no Laboratório do Semiárido (LabSar) da UFC.
*José de Jesus Sousa Lemos é Professor Titular, Coordenador do Laboratório do Semiárido (LabSar) na Universidade Federal do Ceará que atualmente conta com Seis (6) bolsistas de Iniciação a Discencia e um do PIBIC com recur
Paricás em Paricatiua: um sonho possível. Há tempos, o Dr. Lemos, engenheiro agrônomo, professor da famosa Universidade Federal do Ceará (UFC), natural do povoado de Paricatiua – Bequimão/MA, vem escrevendo em sua coluna que mantém no jornal O Imparcial que tem um sonho: plantar paricás em Paricatiua, cujo sufixo significa abundância, mas que não tem mais nenhum exemplar da árvore que originou o nome do povoado. Com isso, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) interessou-se em ajudar o mestre a realizar o seu sonho.
A atual presidente do FDBM, Ana Creusa, em viagem a Fortaleza-CE, visitou o Dr. Lemos em seu local de trabalho: um lugar paradisíaco, com lagos, muitas plantas e cantos de pássaros dos mais variados. Nesse encontro, uma pergunta foi feita: “o que o FDBM pode fazer para ajudar a realizar o seu sonho?”, prontamente, o mestre devolveu a pergunta: “o que o FDBM pode fazer para ajudar realizar o meu sonho?”.
O assunto foi levado à Diretoria do FDBM. Nessa reunião estava presente o Dr. Gusmão, agrônomo e professor da UEMA que disse que não havia necessidade de comprar as mudas (esta era a ideia original), que bastava disponibilizar as sementes que seriam semeadas e desenvolvidas em viveiro da universidade.
Uma comitiva do FDBM deslocou-se a Paricatiua para falar com a comunidade local, pois o sonho de Dr. Lemos era envolver a comunidade e os alunos do povoado na concepção do projeto e plantio das mudas. A referida comitiva encontrou-se com Jorge Filho, que é vereador e líder da comunidade.
Posteriormente, as sementes foram coletadas no município de Governador Nunes Freire e entregues ao Dr. Gusmão, que providenciou a semeadura em um viveiro da UEMA.
O filho de Dr. Lemos, Marcelo Lemos, que também é engenheiro agrônomo e trabalha em Pinheiro, providenciou uma linda Logomarca e a confecção de camisas, vez que já existia a decisão de conduzir uma equipe de professores, alunos e membros da comunidade, em expedição, para visitar os paricazinhos na UEMA em São Luís.
Tudo pronto. Dr. Lemos e esposa de férias em São Luís, o que possibilitou o agendamento da expedição para o dia 16 de julho de 2018. Jorge Filho e sua equipe saíram de Paricatiua às 05 horas da manhã. Quase ninguém conseguiu dormir à noite, de tanta emoção e ansiedade para o grande dia. Dr. Gusmão já havia preparado tudo: sala para recepção da expedição, lanche e almoço no restaurante da UEMA.
A expedição foi recebida no campus da UEMA por Dr. Gusmão, pela Diretora do Curso de Agronomia e pelo Diretor da Fazenda-escola. Após o lanche, quase ao meio-dia, porque o Ferry Boat atrasou, ocorreu a visita aos paricazinhos. Na oportunidade Dr. Gusmão explicou todo o processo de semeadura e planejamento de transporte das mudas, que deve ocorrer no mês de janeiro de 2019.
Logo após, visitou-se Dr. Jucivan, que também é engenheiro agrônomo, no Núcleo Geoambiental – NuGeo, onde foi explicado o objetivo do núcleo, ao final da palestre, foi mostrada a localização de Paricatiua no mapa, o que provocou aplausos e muita alegria aos presentes. O Prof. Jucivan presenteou o FDBM com algumas publicações do núcleo. Depois seguiram todos para um delicioso almoço no restaurante da UEMA.
Três membros da Diretoria do FDBM estavam presentes ao Evento: Ana Creusa, presidente; Elinajara Pereira, 1ª Secretária; Alexandre Abreu, membro do Conselho Fiscal que usou da palavra para falar de sua experiência com o plantio de paricás, motivado pelos comentários sobre o sonho de Dr. Lemos. Outros forenses se fizeram presentes, além do Dr. Gusmão, Amanda Bahury, Ribeiro, Leuzanira Furtado e outros.
Dr. Lemos ficou muito emocionado durante todo o evento. Elinajara, que é gestora do Projeto “Turismo na Baixada” do FDBM, demonstrou sua veia poética no seguinte verso:
Senti tamanha emoção
Como há muito não sentia
Quando vi num só lugar
Pontal, Marinho Mojó e Quindiua
De mãos dadas a sonhar
Com paricás em Paricatiua.
Todos saíram com saudades e demonstrando gratidão pela oportunidade, bem como revitalizando o compromisso de trabalhar para que o Bosque de Paricás seja instalado e sirva de motivação a outros povoados e municípios maranhenses, do Brasil e quiça do mundo!