A Baixada Maranhense é uma microrregião do estado do Maranhão constituída de 24 municípios. Nessa microrregião encontra-se uma submicrorregião chamada de Pericumã que contém nove (municípios). Um desses municípios é Bequimão. Em Bequimão há um pequeno povoado que contem não mais do que 200 famílias, chamado de Paricatiua. A população desse povoado sobrevive principalmente da pesca e da agricultura, onde produz arroz, feijão, milho e mandioca, praticamente para o sustento das famílias. Trata-se de um povoado muito carente que apenas em 2006, por ação do então Governo do Estado, levou água encanada para boa parte das famílias do povoado, através da perfuração de poços tubulares e rede de distribuição. Paricatiua seria um local em que a árvore Paricá aconteça em abundância. Paricá (Schizolobium amazonicum) é árvore da família Caesalpiniaceae, ex-Leguminosae Caesalpinioidea que ocorre naturalmente na Amazônia brasileira. Os maiores estoques naturais ocorrem no estado de Rondônia, nas tipologias denominadas de floresta densa e floresta aberta. A madeira da árvore é largamente utilizada na produção de laminados para fabricação de móveis. Por causa do seu elevado valor comercial e do seu rápido crescimento, apresenta um grande potencia para ser utilizada em projetos de reflorestamento. Nos dois primeiros anos de idade o Paricá apresenta casca lisa, fina, de coloração esverdeada, e uma copa rala sem ramificações. À medida que vai crescendo e se desenvolvendo, a casca vai ficando verde- acinzentada. Com o passar do tempo, a casca assume a coloração esverdeada recoberta de manchas esbranquiçadas. Nessa fase intermediária de crescimento, o Paricá é mais suscetível ao vento, podendo ter a sua copa quebrada facilmente. Na fase adulta a árvore Paricá pode atingir 30 metros. Nas condições amazônicas, a floração dos Paricás acontece entre maio e junho. 0 fruto do Paricá é um legume deiscente, alado, obovado, achatado, coriáceo, de coloração amarronzada (quando maduro), formada por dugs valvas que apresentam formato de espátula. 0 fruto contem apenas uma semente achatada, ovalada, de coloração pardacenta e revestida por um tegumento duro. Observa-se que em Paricatiua não se encontram exemplares da árvore, provavelmente por ter sido devastada no passado para ser vendida para construção civil, fabricação de móveis e talvez para confecção de embarcações. Alternativas que precisam ser objeto de pesquisas futuras. Neste estudo desenhou-se um projeto de reflorestamento para o Povoado de Paricatiua, onde serão plantadas ao menos 200 árvores em janeiro de 2019. O projeto envolve a participação da população do povoado, sobretudo da escola do município com o envolvimento de professores e estudantes crianças e adolescentes do nível fundamental. Envolve a participação de uma entidade não Governamental, o Fórum da Baixada Maranhense (FDBM) e a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) através do curso de Agronomia e do Núcleo de Georeferenciamento (NUGEO). Foram coletadas 300 sementes nativas de Paricás em municípios vizinhos de Bequimão pelos membros da FDBM. As sementes foram escarificadas por processo manual para agilizar a germinação e plantadas no dia 5 de junho deste ano em tubetes no viveiro da UEMA em São Luís, coordenado pelo Professor José Ribamar Gusmão. Em menos de uma semana, todas as sementes germinaram. Em meados de julho uma equipe de estudantes da escola municipal de Paricatiua, assessorada por professores da escola, Professores da UEMA, membros do FDBM, e pelo coordenador do LabSar, visitam o viveiro. As mudas estavam com uma altura média de 30 centímetros. Em janeiro de 2019 será efetuado o plantio das mudas em Paricatiua. Serão plantadas ao menos 200 mudas no Bosque dos Paricás, numa área de aproximadamente um hectare que foi cedida pelas autoridades do povoado para que se implante o projeto. Trata-se, portanto de um projeto de pesquisa, extensão e pedagógico, porque insere jovens do povoado, estudantes e professores do curso de Agronomia da UEMA e foi concebido no Laboratório do Semiárido (LabSar) da UFC.
*José de Jesus Sousa Lemos é Professor Titular, Coordenador do Laboratório do Semiárido (LabSar) na Universidade Federal do Ceará que atualmente conta com Seis (6) bolsistas de Iniciação a Discencia e um do PIBIC com recur
sos do CNPq.