A INVASÃO DO MAR NA BAIXADA

Autor Expedito Moraes*

Nesta região existem apenas duas estações bem definidas, uma chuvosa (de janeiro a junho) que chamamos de inverno e outra seca (de julho a dezembro) que chamamos de verão. Na época chuvosa ou cheia, nossos rios que são muitos (temos nove bacias hidrográficas no maranhão), inundam parte do território por onde passam. Entretanto, como diz o próprio nome, a região da Baixada, em alguns trechos, é mais baixa que o mar.

No período das enchentes, as águas são despejadas, através dos rios e igarapés no mar. Ocorre que entre agosto e novembro os leitos destes rios e igarapés estão extremamente baixos e nas fazes de lua cheia e lua nova, as marés na baia de São Marcos, atingem até 8 metros de altura (uma das maiores do mundo), entre baixa mar e preamar, e avançam de rio a dentro, invertendo a corrente e elevando o volume de água nos rios e igarapés, parece um pequeno tsunami. Através destes leitos secos invadem os campos. O desequilíbrio ambiental é enorme.

A água salgada já deixou um rastro, em alguns lugares, de mais de 30 quilômetros de campo a dentro. Novos seres tomaram os lugares das capivaras, jejus, traíras, patos, japiaçocas, marrecas, tarumãseiros, criviriseiros, etc. Agora é comum, caranguejos, mangueiros; parece terra arrasada.
Essa é uma das razões e necessidades da implementação dos DIQUES DA BAIXADA.

*Expedito Nunes Moraes é natural do povoado Cachoeira em Cajari (MA). Graduado em Administração (UEMA). Foi deputado estadual entre 1995 a 1997 e empresário da construção civil. Exerceu vários cargos na administração pública do Maranhão. Presidente de Honra do Fórum da Baixada (gestão 2016/2017); 1º Vice Presidente (gestão 2019/2021).

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