Diques da Baixada na ponta da língua

A fim de dirimir eventuais dúvidas acerca da importância do projeto Diques da Baixada Maranhense, Alexandre Abreu, engenheiro civil e membro destacado do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, escreveu este esclarecedor artigo.

O projeto Diques da Baixada prevê a construção de 71 quilômetros de diques, abrangendo os municípios de Viana, Matinha, São João Batista, São Vicente Férrer, Cajapió, São Bento e Bacurituba. A obra consiste em um sistema de diques e vertedouros, em sentido paralelo à margem da baía de São Marcos. Quem conhece bem a realidade social da Baixada sabe do grande alcance social e do impacto positivo desse projeto para a nossa microrregião. Sem exagero, ele representa a redenção dos municípios abrangidos, com melhoria imediata no IDH da população rural beneficiada.

Os objetivos fundamentais do Sistema de Diques da Baixada são: a) proteção das áreas baixas contra a entrada de água salgada pelos igarapés, decorrente das variações da maré, protegendo assim os ecossistemas e os mananciais de água dessa região; b) contenção e armazenamento de água doce nos campos naturais durante a estação chuvosa, retardando assim o escoamento para o mar, sem alterar, no entanto, as cotas máximas naturais de inundação; e c) aumentar a oferta da disponibilidade hídrica em boas condições durante o ano, para usos múltiplos.

O material a ser usado nessa construção é basicamente barro do campo que será retirado ao longo do caminhamento da construção. Serão utilizados também a piçarra para a crista da barragem e o concreto para a construção dos vertedouros.

Serão construídos 23 vertedouros que permitirão o controle da lamina d´água, bem como a velocidade do escoamento das águas do campo. Com a retirada do material ao longo da construção para a execução dos diques, será criado um canal de aproximadamente 1,5m de profundidade e largura variando de 30 a 40m, que acompanhará toda a extensão da construção, permitindo o tráfego de pequenas embarcações (canoas etc) além de servir como reservatório de água doce, propiciando a pesca de peixes nativos durante todo o ano.

Os campos da Baixada não ficarão permanentemente cheios. O ciclo existente hoje será preservado, os campos continuarão possuindo a época da cheia e a época de seca, apenas o ciclo de cheia se prolongará por mais tempo beneficiando toda a região.

Com a construção dos diques, o SEBRAE pretende desenvolver arranjos produtivos para favorecer a agricultura familiar, pecuária, piscicultura, pequenas criações, além de inúmeras outras oportunidades para melhorar a vida dos moradores que serão diretamente beneficiados.

Veja maiores informações sobre o Projeto Diques da Baixada.

Alexandre Abreu

Consolidação de Parceria: Fórum da Baixada reúne-se com a CODEVASF

Consolidação de Parceria: Fórum da Baixada reúne-se com a CODEVASF

O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), desde o início do ano de 2024, vem buscando consolidar parcerias com diversos órgãos das esferas das três esferas de Governo.

Considerando-se que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF tem por missão desenvolver bacias hidrográficas de forma integrada e sustentável, contribuindo para a redução das desigualdades regionais, em 22 de fevereiro de 2024, uma equipe do FDBM reuniu-se com a equipe de trabalho da CODEVASF.

Nessa reunião tomamos conhecimento do atual estágio do Projeto DIQUE DA BAIXADA, projeto que tem fundamental importância para toda a região. De um lado, evita a entrada da água salgada nos campos e igarapés (como já acontece) e, do outro possibilita o acúmulo de água da chuva durante quase o verão todo.

Ocorre que, para este projeto, ainda faltam muitas exigências a serem cumpridas, como: licenças ambientais e outros procedimentos legais. O que consideramos altamente relevante é o empenho que o ex-deputado GIL CUTRIM, agora um dos Diretores Federais da CODEVASF, ter solicitado ao atual Superintendente no Maranhão, CLOVES PAZ, incluir no alinhamento das ações da atual gestão, o Projeto dos Diques da Baixada. E muito mais satisfeitos ficamos foi sabermos que o Governador BRANDÃO já demonstrou bastante interesse pelo Projeto, pois, autorizou o Secretário da SINFRA, APARÍCIO BANDEIRA, formar com a CODEVASF uma comissão conjunta de trabalho para agilização e acompanhamento desta grande obra.

O FDBM se colocou à disposição para, de alguma forma, contribuir nessas demandas, bem como demonstrou seu interesse na construção dessa obra, que é a principal reinvindicação dos baixadeiros.

Compareceram à sede da Superintendente da 8ª Superintendência Regional da CODEVASF, o presidente do FDBM, Expedito Moraes e os forenses: Alexandre Abreu, Antônio Valente, Benito Coelho, Eduardo Castelo Branco e Narlon Santos, foram recebidos por Eduardo Madeira e Clovis Luís Paz Oliveira, Superintendente da 8ª Superintendência Regional da CODEVASF, que presidiu a reunião.

 

Eduardo Castelo Branco, um empreendedor admirável

Eduardo Castelo Branco, um empreendedor admirável

Por Expedito Moraes

Eduardo Castelo Branco, empreendedor, ferrenho defensor do desenvolvimento da Baixada e em especial a sua terra – Anajatuba, onde tem vários investimentos.

Nos primeiros anos deste século conseguiu com o Governo do Estado do Maranhão, à época, José Reinaldo Tavares, por meio do deputado João Evangelista, ambos seus amigos pessoais, recursos para uma das obras de suma importância para aquele município, que foi a dragagem do igarapé de Troitá gerando toneladas de pescado semanalmente. Dessa experiência surgiu a ideia de construir as valas (açudes de 12m x 400 m) nos campos para criação de peixes e outros animais, bem como cultivos de modo integrado e sustentável.

Em 2015, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) visitou os empreendimentos. Desse empreendimento tem-se o cultivo da Manga Gigante.

Sempre esteve envolvido com os principais projetos estruturantes da Baixada, por exemplo: o Diques da Baixada e a ponte que ligaria Anajatuba a São João Batista, e outros.

Articulado politicamente e com bom trânsito na administração atual, reuniram-se, neste sábado (28/01/2023), em sua casa em São Luís, várias autoridades do governo atual e de outros dos segmentos de empreendedorismo para discutirem assuntos pertinente à possibilidade de investimentos no Maranhão e, consequentemente, para o desenvolvimento da Baixada Maranhense.

O Dr. Márcio Vaz fez uma apresentação discorrendo sobre a necessidade da construção dos Diques e outras questões relacionadas com ao meio ambiente. Fui convidado, mas, por motivo de força maior não pude comparecer.

O debate foi excelente, disse-me Eduardo, bem como me afirmou que haverá nova reunião.

Vejam os presentes:


Da esquerda para direita.

Secretário adjunto da indústria e Comércio, Ubiratan. Secretário Cassiano , sec. Agricultura José Antônio, consultor Márcio Vaz , Pereira e Bergman , superintendentes na Sagrima , Max diretor CIM (Consórcio dos Municípios do Vale), Secretário de Pesca , Patrick.

A água na Baixada Maranhense

Autor Expedito de Moraes

O Maranhão possui, segundo o Núcleo Geo ambiental da UEMA, 12 (doze) bacias hidrográficas, Gurupi, Tocantins, Parnaíba, Turiaçu, Maracaçumé, Litoral Ocidental (incluindo Pericumã e outros da região),  Mearim (a maior de todas), Itapecuru, Munim, Preguiças, Periá, que é a menor de todas, da ilha de São Luís;  que drenam todo o território maranhense, embora, uns mais outros menos. Entretanto, a Região da Baixada drenada pelos rios Pindaré (afluente do Mearim), Pericumã, Aurá, Turiaçu e outros é a que mais sofre a influência dos invernos e verões. Entenda que chamamos de inverno o período chuvoso e verão o contrário.

Na BAIXADA durante quatro meses do ano, como agora, não se constrói nada porque tem água de mais; depois tem quatro meses para se fazer muita coisa, inclusive recuperar o que a água levou ou estragou; em seguida mais quatro meses que não se produz nada porque não tem água nem pra beber.

O Rio Maracú é um pequeno afluente entre o Rio Pindaré e o Lago de Viana e este tem conexão com outro lagos como Itans, Aquirí, Formoso, Penalva, etc. essa é a Região dos Lagos. Neste período não há como distinguir uma coisa da outra, é um imenso pantanal, somente os tesos não submergem.

De agosto a dezembro estará tudo diferente, muita poeira, pasto seco, animais morrendo de sede e fome, os humanos sem comida e sem água potável é a miséria onde podia ser um celeiro de produção de alimentos.

Nos últimos anos outra ameaça: a invasão das águas salgadas da Baia de São Marcos nos campos da Baixada, que além da salinização dos campos está mudando a paisagem e costumes dos baixadeiros.

Um grande Projeto chamado DIQUES DA BAIXADA, um sonho antigo, encontra-se a cargo da CODEVASF, existe a possibilidade de transforma-se em realidade nestes próximos anos. Por outro lado o Governo do Estado implantou o projeto DIQUES DE PRODUÇÃO em vários trechos dos 31 municípios da região que servirá para o transporte, contenção de água de chuva e produção de alimentos.

O objetivo de um e de outro é a manutenção de água doce nos campos baixos e conter a entrada de água salgada na região.

Um terceiro projeto seria a construção da BARRAGEM NO RIO MARACU, em CAJARI, com objetivo de perenizar os lagos dessa região. Caso contrário continuará assim como no verão de 2016, onde pescadores encontraram filhote de tubarão nas rasas águas do Lago de Viana.

Os governos municipais, estadual e federal devem tomar a iniciativa de intervir planejadamente neste território. Isto permitirá tirar esta Região com mais de 750 mil habitantes do estado de pobreza, onde tudo está por fazer e o IDH é um dos mais baixos país do país.

Expedito Moares