Plantio do Bosque das Mangueiras: um dia histórico

Plantio do Bosque das Mangueiras: um dia histórico

Por Ana Creusa

No último sábado (26/02/2022), o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e seus parceiros procederam ao plantio das primeiras mudas do Bosque das Mangueiras em Matinha. O bosque é uma parceria da comunidade quilombola do povoado Graça, Fórum da Baixada, Prefeitura Municipal e Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

Uma expedição de São Luís, com uma comitiva de 15 membros do Fórum da Baixada, participou do evento, que contou também com moradores, convidados, estudantes e lideranças políticas. A programação contou com uma entrevista na rádio Maracu, onde o presidente do FDBM, Expedito Moraes, a vice Ana Creusa e o coordenador do projeto, Dr. Gusmão Araújo, explicaram as ações em Matinha.

Os entrevistados forneceram informações sobre o Projeto Bosques da Baixada, que visam conscientizar, na prática, sobre a importância da preservação ambiental, por meio de plantio de bosques com a participação das comunidades envolvidas e órgãos do poder público. Um café da manhã, oferecido pela emissora, e uma recepção pelos forenses como o secretário de Gabinete de Viana, Nélio Júnior; do engenheiro agrônomo Henrique Travassos; e do vice-prefeito de Matinha, Narlon Silva, iniciaram a programação na região. 

Expedito Moraes apresentou um breve histórico da iniciativa, enquanto Dr. Gusmão, como responsável técnico pelo projeto, e Ana Creusa, falaram sobre a importância do projeto, vez que possibilita que algumas espécies ameaçadas de extinção, ou que são importantes para os municípios sejam cultivadas nos bosques que serão cuidados pela comunidade.

Em seguida, dirigiram-se à comunidade Graça, onde participaram de uma solenidade de implantação do Bosque das Mangueiras, em Matinha, e foram recepcionados pelos moradores e lideranças políticas e comunitárias. Lá, além dos coordenadores do projeto e do Fórum da Baixada, usaram da palavra a prefeita Linielda de Eldo, o vice-prefeito Narlon Silva; o ambientalista Cesar Brito e lideranças do povoado, que destacaram a criação e a importância do bosque.

Dr. Gusmão Araújo lembrou que o trabalho de cuidados com o Bosque cabe aos moradores, mas que o Fórum da Baixada e demais parceiros estarão sempre prontos para ajudar e acompanhar, inclusive prevendo o plantio de outras mudas.

 

Após isso, os moradores, as lideranças e estudantes plantaram as mudas das mangueiras, após processadas e acompanhadas pela Universidade Estadual do Maranhão. Ao fim da programação, os participantes foram convidados pelo vice-prefeito do município, Narlon Silva, para um almoço em sua casa, no povoado Itans, e um passeio pela comunidade que é exemplo na piscicultura do Maranhão.

Fórum da Baixada e ASSOPEMA discutem estudos sobre os Diques da Baixada

Nesta terça-feira (22) representantes do Fórum em Defesa da Baixada (FDBM) e da Associação de Pescadores e Pescadoras, Piscicultores, Aquicultores e Agricultura Familiar do Município de Matinha (ASSIPEMA) e da Superintendência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) reuniram-se para tratar de assuntos ligados aos Diques da Baixada Maranhense.

A reunião aconteceu na sede da Codevasf, em São Luís, e reuniu a presidente da ASSOPEMA, Olidina Priscila Silva, o presidente Expedito Moraes e o vice-presidente Antonio valente, FBDM, e o superintendente regional da Codevasf no Maranhão, Celso Dias. O vice-prefeito de Matinha, Narlon Silva, também esteve presente à reunião.

O projeto Diques da Baixada Maranhense é um sistema composto por dois diques com extensão conjunta de cerca de 70, 45 quilômetros, a ser implantado na região da Baixada Maranhense. Ele deve ser capaz de acumular 600 milhões de metros cúbicos de pode beneficiar 193 mil pessoas em 8 municípios.

Desde 2017, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está em processo de contratação de cerca de R$ 7,4 milhões em serviços relacionados aos projetos.

O projeto Diques da Baixada Maranhense é um sistema composto por dois diques com extensão conjunta de cerca de 70, 45 quilômetros, a ser implantado na região da Baixada Maranhense. Ele deve ser capaz de acumular 600 milhões de metros cúbicos de pode beneficiar 193 mil pessoas em 8 municípios.

Desde 2017, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está em processo de contratação de cerca de R$ 7,4 milhões em serviços relacionados aos projetos.

Reunião na Codevasf em São Luís (Divulgação)

A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental do projeto, e de seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental, foi estimada em R$ 6,3 milhões; os serviços de levantamento cartográfico, por sua vez, foram estimados em R$ 3,6 milhões. Os recursos são Orçamento Geral da união, destinados à Codevasf por emenda parlamentar.

Segundo o superintendente regional da Codevasf, Celso Dias, em breve uma audiência pública vai ampliar as discussões sobre os investimentos na região.

Segundo a Codevasf, o projeto traz muitos benefícios como a proteção das áreas mais baixas contra a entrada de água salgada em região de água doce; contenção e armazenamento de água no período de da estação chuvosa nos campos naturais; aumento da disponibilidade de água no período de estiagem; desenvolvimento do setor primário; criação de de 3.000 postos de trabalho; redução do êxodo rural; incremente da produção agropecuária e da piscicultura; e promoção da cidadania e inclusão social. (Via Portal Matraca).

MATINHA 73 ANOS – Avenida Major Heráclito

MATINHA 73 ANOS – Avenida Major Heráclito

Autor Aroucha Filho*

Em todo o mundo, as cidades guardam referências que lhe são peculiares: museus, monumentos, fontes, palácios, catedrais, parques, teatros, praças, etc. são os locais mais procurados pelos turistas.

Eu, particularmente, sempre busco os museus e as igrejas, roteiros indispensáveis nas visitas às cidades que procuro conhecer.
As avenidas são sempre relevantes. Assim, temos: a Champs Élysées, em Paris, com seu destacado Arco do Triunfo; a 9 de julho em Buenos Aires, com o seu simbólico Obelisco; a Avenida da Liberdade, em Lisboa, com seus 90 metros de largura; em Santiago, a Avenida Libertador General O’ Higgins, mais conhecida como Avenida Alameda, com seus 8 km de extensão. Confesso que deixei a que mais frequento e adoro passear por último por ser muito especial. Trata-se da Avenida Paulista, onde sempre me hospedo em São Paulo. Tenho grande atração e intimidade com a Paulista. Frequento-a, quando em São Paulo, diariamente. Sou um assíduo frequentador do MASP.

No entanto, a Avenida que mais me encanta, que me fascina, é a avenida em que nasci no ano de 1951. Uma via mística, indelével na minha memória, com todo seu simbolismo histórico, charme e importância na vida da cidade.

Percorri todo esse caminho para me referir à Avenida Major Heráclito Alves da Silva, da cidade de Matinha – Maranhão. Tão importante para nossa cidade quanto às citadas anteriormente. Para mim, mais importante até.

A Avenida Major Heráclito nasceu junto com a cidade. Os primeiros traços de urbanização da sede do município foram implantados nesse logradouro. A marcante característica urbana, que se apresenta com suas ruas largas, teve origem no traçado dessa avenida, irradiando esse aspecto para as demais vias que foram se abrindo, com o processo de expansão urbanista da sede do município.
Com seus 1.300 metros retilíneos de extensão, por 17 metros de largura, em média, a Major Heráclito nasce na Avenida José Sarney, que até a década de 60 era denominada Rua João Pessoa, e se estende até a MA-014. Antes da construção da MA-014, chegava até o portão do Campo de Aviação.

O primeiro prédio era o Abrigo, local onde os passageiros aguardavam os aviões teco-teco que faziam linha (voos) para os municípios da Baixada Maranhense.

Do outro lado da avenida, a primeira casa era a residência do Sr. Teodomiro, bem próximo à cerca de proteção do aeroporto. Assim, a Avenida Major Heráclito foi, e ainda é, a via mais importante da cidade de Matinha, onde antes se concentrava todos os órgãos e serviços público dos três poderes, nas esferas municipal, estadual e federal.

Ficavam nesse logradouro a Coletoria Federal, a Agência de Estatística – IBGE e a Agência dos Correios e Telégrafos. Meu pai era o responsável pelos Correios. E nesse prédio público eu nasci e morei até o ano de 1961.

No mesmo terreno, logo depois dos Correios, por iniciativa do meu pai e outros moradores foi construído o Grêmio Recreativo Matinhense 15 de Fevereiro, local onde foram realizadas as melhores festas da sociedade matinhense por um longo período. Hoje, ali funciona a loja do Armazém Paraíba.

Os órgãos do poder estadual ali sediados eram a Delegacia, a Cadeia, o Hospital Dr. Afonso Matos, o Grupo Escolar Joaquim Inácio Serra e a Coletoria Estadual.

Quanto aos órgãos do Poder Municipal, a Câmara Municipal e as Secretarias, funcionavam na Prefeitura, imponente prédio com uma entrada principal rodeada de janelões e varanda interna em formato de L.

Na hoje residência do Sr. José Bonifácio, funcionou nas décadas de 50/60 um Colégio Municipal com duas salas de aula, o Coleginho, assim chamado por ser próximo, e bem menor, que o Grupo Escolar Joaquim Inácio Serra, na época a maior construção do município.

Na Major Heráclito funcionaram lojas expressivas para o comércio local; na esquina da Prefeitura, hoje local da casa da Sra. Livramento, funcionou o comércio do Sr. Antônio Neves. Naqueles tempos não havia luz elétrica em Matinha. Isso, na segunda metade dos anos 50.

O comércio do Sr. Antônio Neves era o principal distribuidor de querosene, combustível utilizado para alimentar as “lamparinas, única fonte de iluminação das residências. Rara era a residência matinhense que possuía “Petromax”.

Por ocasião da posse do Prefeito João Amaral da Silva, segundo prefeito eleito de Matinha, um foguete atingiu o depósito onde eram guardadas as latas de querosene, provocando um grande incêndio. O primeiro grande incêndio registrado em nossa Cidade. Posteriormente, esse ponto comercial foi adquirido pelo Sr. João Amaral Nunes, conhecido como João Barata, que ali instalou uma grande loja de tecidos, armarinhos e utensílios domésticos. No outro canto funcionava o comércio do Sr. João Lima, uma mercearia e bar com uma bela mesa de jogo de bilhar.

O mais importante comércio da avenida pertencia ao Sr. Manoel Antônio da Silva, primeiro Prefeito de Matinha, nomeado para instalar o município e promover a primeira eleição, na qual foi eleito o primeiro Prefeito de Matinha, o Sr. Aniceto Mariano Costa.
Esse comércio funcionava em uma loja geminada à residência do Sr. Manoel Silva, e ali vendiam de tudo.

O senhor Manoel adquiria e exportava para São Luís gêneros produzidos ou produtos extraídos no município: amêndoas de babaçu, tucum, farinha, arroz, etc.

Não tenho certeza, porém, creio que a primeira padaria de Matinha funcionou ali nos anos de 1949 a 1953. Tinha como padeiro chefe o senhor Ribamar Muniz (Ribamar de Honório), auxiliado por Nelson Alves e Francisco Gomes da Silva (Chico Padeiro). Em seguida, essa padaria foi adquirida pelo seu genro Sr. Arnaldo Lindoso, o qual ficou até o ano de 1963. A Padaria São José era avançada, para a época, e seus produtos eram distribuídos em todo o território do município, com destaque para o pão de massa fina e massa grossa, pão doce, bolacha doce, biscoito e a famosa bolachinha.

Eu, como vizinho e amigo dos seus filhos Carlos Eduardo e Carlos Antônio, tinha como divertimento arrumar as bolachinhas na fôrma antes de ir ao forno para serem assadas. Isso, claro, nos dava o direito de nos deliciarmos com boa porção desse tradicional produto matinhense.

As melhores casas residenciais eram as da Av. Major Heráclito, em sua maioria de alvenaria e telha. Nesses tempos ainda predominavam as casas construídas com taipa e palha.

A avenida já ostentava um belo conjunto arquitetônico, composto pelo prédio da prefeitura, o Grupo Escolar, o prédio do hospital, o prédio dos Correios, e a imponente casa do Sr. Manoel Silva, com sua bela escadaria interna e o piso em sobrado de madeira de lei.

Nas imediações da casa do Sr. Sebastião Neves existia duas belas casas no estilo “bangalô”, as primeiras desse tipo arquitetônico da cidade. De propriedade do município, essas edificações tinham plantas bem diferentes da arquitetura local. Era um estilo arquitetônico com linhas modernas, acesso por corredor descoberto e porta ao fundo. Cumeeira no sentido perpendicular à avenida, teto com duas águas, e sem os usuais “espigões”.

Duas barragens de contenção, construídas de alvenaria, existiam na avenida para evitar erosão e facilitar a acessibilidade das pessoas no período invernoso. Eram implantadas no sentido longitudinal à avenida. A primeira, a maior, foi construída na década de 50, e ficava frontal à Praça de Eventos. Era longa, bem construída e possuía uma grande galeria por onde escoavam as águas pluviais que se acumulavam em grande volume naquela área. A outra ficava nas imediações do Depósito Leal, e tinha a mesma finalidade. Não possuí galeria, apenas um recorte por onde era drenada a água que escorria do transbordamento da Baixa de Crisóstomo. Suas águas alimentavam o Igarapé de Pito. As da outra barragem, o Igarapé do Gongo.

Em uma noite da década de 50, em procissão iluminada por velas, a comunidade católica saiu da Igreja de São Sebastião conduzindo uma grande cruz. Eu participei desse evento religioso. Seguimos até às imediações da Padaria de Benedito de João Lima, onde foi implantada uma grande cruz de madeira, na cor ocre, bem no centro da avenida. Era um grande monumento da fé, por todos chamado “O Cruzeiro”, que ali permaneceu por décadas. Em sua base de dois degraus, reuniam-se moradores para longas conversas ao final da tarde. Lamentavelmente, não foi preservado.

O primeiro Mercado de Matinha também funcionou na Major Heráclito, e ficava próximo à esquina da Prefeitura.

Nessa avenida vivi alegre e feliz toda a minha infância e carrego até hoje as amizades dessa infância. Todas as brincadeiras permitidas pratiquei nesse belo logradouro. Joguei bola, empinei papagaio, andei de perna de pau, rodei ladeira a baixo dentro de pneus, joguei bolinha de vidro, pião feito de coco babaçu, jogo de chucho, banhei na Baixa de Crisóstomo, andei de bicicleta. Enfim, fiz muitas estripulias por ali. E hoje, em homenagem aos 73 anos de emancipação política de Matinha, falar dessa imponente Avenida é o meu contentamento.

Parabéns Matinha!
Parabéns, minha terra querida!

José Ribamar Aroucha Filho (Arouchinha) é natural do município de Matinha-MA, Engenheiro Agrônomo aposentado do INCRA, exerceu os cargos de Executor do Projeto Fundiário do Vale do Pindaré e Executor do Projeto Colonização Barra do Corda. Ex Superintendente do INCRA Maranhão. Foi Superintendente da OCEMA e Chefe de Gabinete da SAGRIMA.

HISTÓRICO DO PROJETO BOSQUES DA BAIXADA

HISTÓRICO DO PROJETO BOSQUES DA BAIXADA

I – IMPLANTAÇÃO DO PRIMEIRO BOSQUE

O Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) lançou, em 2018, na gestão de Ana Creusa, a proposta de institucionalizar o projeto “Bosques da Baixada”, sob a coordenação dos professores José Ribamar Gusmão Araújo e Jucivam Ribeiro Lopes da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), ambos filhos de Bequimão. A ideia inicial foi resgatar e valorizar espécies representativas e tradicionais da flora dos municípios da Baixada.

O BOSQUE DOS PARICÁS foi o 1º bosque implantado. O projeto “Paricás em Paricatiua: um sonho possível” ou popularmente denominado “Bosque dos Paricás”, teve as mudas plantadas em 26/01/2019 na comunidade Paricatiua, município de Bequimão. O referido Bosque foi viabilizado partir da iniciativa e trabalho de diversos forenses e sob a inspiração do professor José de Jesus Lemos da Universidade Federal do Ceará (UFC), filho de Paricatiua.

IMAGENS: VIVEIRO DA UEMA – LOCAL DE PRODUÇÃO DAS MUDAS DE PARICÁS

II – LANÇAMENTO DO “BOSQUE DAS MANGUEIRAS” EM MATINHA

No dia 26/08/2018 em Evento do Fórum da Baixada em Matinha, foi lançado o Projeto Bosque das Mangueiras em Matinha, com a presença da Prefeita Linielza. Na oportunidade, o Prof. Gusmão, após apresentar o projeto do Bosque dos Paricás, lançou o desafio para Matinha ao parafrasear Geraldo Vandré “pra não dizer que não falei das Mangas” e reforçou que o “itinerário e modelo dos Paricás poderia ser um bom guia para Matinha e pra toda a Baixada”. A escolha da fruteira mangueira guarda relação com o fato de Matinha ser considerada a capital dessa fruta na Baixada. Neste Bosque serão inseridas mudas de mangas de “tipos/variedades” representativas (tradicionais ou históricas) das várias comunidades do Município.

IMAGEM: EVENTO DO FDBM NA COMUNIDADE PONTA GROSSA/MATINHA (26/08/2018).

III – ESCOLHA DO LOCAL PARA IMPLANTAÇÃO DO BOSQUE

 A partir de articulação local do forense César Brito, os líderes comunitários do Povoado Graça fizeram a doção do terreno.  No espaço escolhido reside uma comunidade quilombola que acolheu o projeto, sendo esta visitada e aprovada pelos forenses em 11 de janeiro de 2019. Na verdade, nessa área que possui 2 (dois) hectares, com vegetação preservada e nascente de águas, viceja a possibilidade de se ampliar a ideia inicial de “Bosque das Mangueiras” para “Parque Ambiental de Matinha”, decisão que cabe ao executivo municipal. Destaca-se que a referida comunidade tem grande diversidade de mangueiras e uma variedade em particular, centenária, denominada “Graça”, foi resgatada para o Bosque.

IMAGENS: VISITA DOS FORENSES À COMUNIDADE GRAÇA/MATINHA (11/01/2019).

IV – COLETA DE RAMOS E PREPARAÇÃO DAS MUDAS PARA O BOSQUE DAS MANGUEIRAS/MATINHA

A primeira fase de produção das mudas consistiu na semeadura dos caroços de manga no viveiro da Fazenda Escola de São Luís – Curso de Agronomia/UEMA, no início de 2020. O objetivo foi formar os “cavalos” (porta-enxertos) sobre os quais seriam enxertadas as variedades de manga de Matinha.

No 16 de outubro de 2020, o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) fez uma visita técnica ao município Matinha, para coleta de ramos de mangueiras para enxertia, visando a preparar as mudas para plantio do Bosque das Mangueiras, sob a coordenação técnica do Prof. Gusmão, Engenheiro Agrônomo da UEMA. Na ocasião realizou-se nova visita à comunidade Graça para se confirmar a área de plantio das mudas e comprometer a comunidade com os cuidados do futuro do Bosque.

IMAGEM: VISITA DOS FORENSES A MATINHA PARA COLETA DE RAMOS DE MAGUEIRAS (16/10/2020).

Foram coletados ramos de 7 (sete) variedades de mangueiras de Matinha, assim denominadas: ÁGUA VIVA, CONSTANTINA, TERESINHA, CESAR BRITO, PÊRA, GRAÇA E LOLICO. A mudas permaneceram 15 meses no Viveiro da UEMA e foram retiradas pelo forense Cesar Brito em 07/04/2021. Em razão da pandemia o plantio foi transferido para o início de 2022.

IMAGEM: MUDAS DE MANGUEIRA NO VIVEIRO DA UEMA (ABRIL/2021).

V – QUANTIDADE DE MUDAS PARA FORMAR O BOSQUE

                Serão plantadas um total de 47 mudas.

Espaçamento: 8,0m x 7,0m (8m entre fileiras e 7m entre plantas)

 VI – GUARDIÕES DO BOSQUE

            Os guardiões do Bosque/Parque são os moradores do Povoado Graça, sob o comando do líder da comunidade, Manoel.

Entre as responsabilidades compartilhadas pela Comunidade, cita-se: proteção e manutenção da área, capinas/coroamentos, adubação e podas e ampliação do Bosque com o plantio de outras variedades. Técnicos locais devem passar as devidas orientações. Estima-se que entre dois e três anos terá início a produção de frutos, os quais poderão ser utilizados para consumo das famílias e venda no mercado local. Acrescente-se que o Bosque também é lugar da prática sobre educação ambiental.

VII – PERSPECTIVAS DE NOVOS BOSQUES

– Bosque em Peri-Mirim (falta definir a espécie; gestor local: Ana Cléres)

– Bosque das Araribas em Viana (gestor local: Luís Henrique)

OBS: A Diretoria do FDBM deve prospectar nos demais municípios o interesse nos projetos de Bosque.

VIII – VIVEIROS DE PRODUÇÃO DE MUDAS

           A Diretoria do FDBM e os gestores do projeto “Bosques da Baixada” incentivam e propõem que os gestores municipais envidem esforços para a implantação de Viveiros de produção de mudas não só com o objetivo de abastecer a implantação de Bosques, mas também para fomentar programas/projetos produtivos locais. Cita-se como bom exemplo Anajatuba que recentemente construiu seu viveiro telado na sede do município, por meio da secretaria de Agricultura, com recursos próprios.

         A estratégia é que cada município elabore e apresente o “projeto de viveiro telado” às secretarias e/ou instituições estaduais ou federais, além de priorizar a construção com recursos próprios. Em seguida, instituições como UEMA, IFMA, UFMA e outras podem realizar treinamentos e capacitações a técnicos e produtores locais acerca dos processos de produção de mudas.

José Ribamar Gusmão Araújo

Jucivam Ribeiro Lopes

 Ana Creusa Martins dos Santos

Expedito Nunes Moraes