A noite estava amena naquela terça-feira, vinte e sete de outubro de 1965.
Os irmãos João e Manoel Pinto, primos da minha mãe por ser filhos de Mariana e Chico Pinto, de São Vicente Férrer, haviam embarcado cedo na lancha Proteção de São José, afim de ter o privilégio de escolher um bom local para armar suas redes brancas de fio tecido.
Havia três lanchas ancoradas no Porto de Rapôsa naquele dia: Fátima, Maria do Rosário e Proteção de São José. É provável que a escolha desta última haja sido influenciada pela devoção familiar ao santo que lhe emprestava o nome. Mas, também pode ter sido simplesmente porque com o grande fluxo de passageiros e cargas, a lotação das embarcações se completasse rapidamente, razão pela qual as lanchas quase sempre viajavam com excesso de carga.
As três lanchas zarparam juntas do Porto da Raposa com destino à Capital do estado, o que talvez fosse uma estratégia de autoproteção dos seus comandantes para enfrentar a aventuresca viagem com mais segurança, já que a perigosa travessia em mar aberto era tarefa para mestres experientes, e que, com a escuridão da noite, punha à prova até mesmo a coragem de quem já lhe conhecia os percalços, como escreveu Batista Azevedo, e, mais tarde, Raimundo Corrêa Cutrim em seu livro Perfil da Baixada Maranhense. Viajando próximas umas das outras, poderiam mais facilmente auxiliar-se em algum eventual problem. Mas, a Proteção de São José seguia serena, até onde se pode usar tal palavra para designar a movimentação de quem navega nas águas nada mansas do Golfão Maranhense no segundo semestre do ano.
Tendo em vista não ser a primeira vez que encaravam tal aventura, os irmãos João e Manoel Pinto estavam tranquilamente deitados em suas redes perfumadas de oriza e confortavelmente embrulhados nos alvos lençóis, desfrutando da boa música que tocava no rádio a pilhas da lancha. Com o balanço da maresia, terminaram por adormecer.
Porém, eis que inusitadamente próximo ao Porto do Itaqui, na altura de Tauá Redondo, já em plena baía de São Marcos, a lancha Proteção de São José chocou-se com os arrecifes de uma croa, e, em questão de minutos, ocorria a maior catástrofe marítima que até hoje teve por palco o Maranhão, com a embarcação partindo-se e ocasionando a morte de cerca de 270 pessoas, que poucos foram os sobreviventes, pois a tragédia ceifou a vida da maior parte dos passageiros e tripulantes da embarcação.
Quanto aos irmãos João e Manoel Pinto, tão confortáveis se achavam em suas redes macias, que não despertaram nem mesmo com os gritos e o vozerio do povo, grunhidos e cacarejos dos animais ou com o ensurdecedor barulho dos motores, ficando sepultados na Baía de São Marcos, pois seus corpos nunca foram encontrados.
Testemunhos dos poucos sobreviventes, dão conta de que, no exato momento do acidente, no rádio sintonizado com a Rádio Difusora do Maranhão tocava a magistral “Valsa da Meia Noite”. Aquela mesma música cuja autoria é atribuída por uns a Nullo Romani (que a gravou juntamente com seu conjunto) e por outros a Frank Amodio, sendo, tanto um como outro, dois ilustres desconhecidos.
Entre os poucos sobreviventes que tive conhecimento, estão Bijuca Figueiredo Marques (o Bijuca do São Francisco, que nadou do Boqueirão até o Cais da Sagração, em São Luís, onde chegou vivo, mas em estado tão lastimável, que sequer conseguia manter-se em pé); Pedrinho Duarte e sua esposa Dona Marinete (única mulher a se salvar), os quais perderam no sinistro sua primeira filha, de menos de dois meses; Pedro de Geraldo; Sandaia; Batista de Pacherá e Quidinho.
De algumas das vítimas, como os irmãos João e Manoel Pinto, Francisco Pires Corrêa, Bijuca do Goiabal e Zenaide Aranha, sequer seus corpos foram encontrados.
Em São João Batista, por iniciativa do então Vereador Zezi Serra, foi sancionada uma Lei Municipal que tornou o dia 27 de outubro, dia do naufrágio da lancha Proteção de São José, feriado municipal, em memória daqueles que sucumbiram nas águas da Baía de São Marcos.
Em São Vicente Férrer a “Valsa da Meia Noite” passou a ser considerada sinônimo de luto, tão grande é o poder da música que fica registrado como um verdadeiro marco em nosso espírito. E, a partir de então, Batista Souza, mais conhecido como Batista de Nhoí, proprietário do sistema de difusão sonora por autofalantes naquela cidade, enquanto viveu, antes de transmitir qualquer notícia fúnebre, sempre tocava a magistral Valsa da Meia Noite, honrando a memória, não só do falecido naquele momento, mas também dos conterrâneos vitimados na tragédia de 27 de outubro de 1965.
Vários membros do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense têm sido convidados como palestrantes do grandioso evento intitulado “Diálogos Baixadeiros – Falas sobre a Baixada” promovido pelo Departamento do Curso de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O evento foi idealizado pelo mestre Manoel Barros, professor titular do mencionado curso, membro das academias de Anajatuba e São João Batista e grande expoente do Fórum da Baixada.
Diversos olhares, percepções, vivências e memórias marcam o evento “Diálogos Baixadeiros – Falas sobre a Baixada”, Projeto de Extensão do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que ganhará nova edição em São Luís, a partir desta quinta-feira (14), das 14h às 17h30, com entrada gratuita.
Com o eixo central “Falas sobre a Baixada”, em cada um dos seis encontros, a segunda edição terá sempre quatro temas centrais, com convidados especiais, autoras e autores oriundos da Baixada. No primeiro encontro, os temas são: “A Baixada do Maranhão em serões e outras falas”, com Gracilente Pinto (de São Vicente Ferrer); “Vislumbres de Viana sob o olhar de Assis Galvão”, com Adalzira Galvão e Michela Galvão (de Viana); “Anajatuba e nossas esperanças”, com Mauro Rêgo (de Anajatuba); e “Linguajar típico da Baixada”, com Flávio Braga (de Peri Mirim).
Sob organização do professor Manoel de Jesus Barros Martins, do Departamento de História da UFMA, o evento conta com o apoio do Departamento de História, do Curso de História, do Centro de Ciências Humanas e do Centro Pedagógico Paulo Freire – local onde será realizado o evento, na sala 101, Asa Norte, a partir das 14h.
Para Manoel Martins, o evento é um importante espaço para que professores, alunos e o público em geral possa debater e conhecer mais sobre essa importante região do Maranhão.
“A Baixada conta com um quantitativo expressivo de autoras e autores cujas obras remetem ao entendimento de facetas muito caras à formação social maranhense, porém essa produção e seus autores nem sempre são reconhecidos”, afirma o professor.
“Diálogos Baixadeiros – Falas sobre a Baixada” será realizado em formato presencial, na UFMA. As Rodas de Conversa serão gravadas e disponibilizadas a seguir pelo canal oficial do evento no YouTube, pelo link: https://youtube.com/@BaixadadoMaranhao.
Histórico dos Diálogos Baixadeiros
A partir de maio deste ano, foram realizadas as primeiras Rodas de Conversa, no âmbito da disciplina “Baixada do Maranhão: trajetórias e perspectivas”, com o tema “Diálogos Baixadeiros”. Diferente da atual edição, que será realizado em seis datas, às quintas feiras, de 14.09 a 09.11, o evento de estreia foi realizado em cinco datas – nos dias 5, 12, 19 e 26 de maio e 2 de junho.
Os vídeos da primeira edição podem ser encontrados no YouTube, no canal @BaixadadoMaranhao. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail baixadadoma@gmail.com.
Não sei se pelo viés quase lendário da sua história com Ana Amélia; pelo caráter passional das suas obras românticas e nacionalistas, que casam tão bem com minha natureza poética; ou mesmo por seu natural poder de sedução, Gonçalves Dias sempre me encantou.
O poeta consegue seduzir até depois da vida.
Acresce a isso, o fato de eu ter lido durante toda a adolescência na parede frontal do Ginásio Costa Rodrigues os célebres versos da Canção do Tamoio:
“Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar.”
Certo é, que desde muito cedo me senti fascinada pelo poeta maranhense, por seu histórico de vida e pelos seus versos, que declamei muitas vezes.
Há um poema dele que me inebria sobremaneira intitulado Leito de Folhas Verdes:
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham as estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
Gonçalves Dias é, e eu me refiro a ele no presente porque ele continua vivo dentro de cada poeta, de cada coração maranhense, uma criatura tão sedutoramente especial que, até seus ídolos depois de conhecer suas obras, viravam seus fãs.
O consagrado português Alexandre Herculano, por exemplo, não só se tornou um fã, e mais tarde amigo também, como, após ler seu primeiro livro, “Primeiros Cantos”, escreveu elogiosa crítica ao trabalho do poeta e maior expoente do romantismo e do indianismo brasileiro.
Baixinho, feiinho fisicamente, e mulato, quando isso ainda era um verdadeiro estigma, além da origem pobre, Gonçalves Dias nasceu na maranhense Caxias em 10/agosto/1823, filho de um comerciante português de Trás-os-Montes com uma mestiça brasileira. O pai, logo separou-se da mãe e deu-lhe uma madrasta, que por sorte o estimou.
Revelando ainda muito cedo inteligência e talento, tanto que, desde a meninice demonstrava paixão pela leitura e aos 10 anos de idade já fazia a escrituração simples da loja do pai, este desejou tivesse o filho uma educação que lhe possibilitasse desenvolver o intelecto e garantir-lhe um futuro promissor. Infelizmente, seu genitor faleceu antes de pôr em prática tal projeto.
No entanto, a estrela do garoto brilhava, e havendo recebido apoio da madrasta e de outros mais, tais como, o Juiz da Comarca Dr. Antônio Manuel Fernandes Júnior (que depois foi desembargador) e uma comissão de conterrâneos, os quais contribuíram com quotas mensais para subsidiar ao menino a fim de que pudesse ir estudar em Coimbra, onde se tornou, além do poeta que era por nascimento, advogado, jornalista, etnógrafo, teatrólogo, ensaísta e articulista (artigos que ele escrevia, geralmente, sobre suas viagens de estudo para o Amazonas e demais lugares do Nordeste, e até alguns países europeus e Oceania, onde esteve em missão governamental).
Foi assim que o menino franzino, Antônio Gonçalves Dias, tornou-se um intelectual, um poliglota, que, entre outras línguas, dominava o alemão e escreveu até um dicionário de Língua Tupi, que dizem ter sido encomendado por Dom Pedro II.
Elogiado e paparicado por todos no Brasil e em Portugal, em razão do seu talento, tinha dificuldade, no entanto, de obter os resultados materiais necessários à sua subsistência. E, apesar dos elogios que choviam sobre os seus escritos, também não estava livre dos desgostos causados por algumas críticas infundadas.
Por exemplo, tendo enviado por outra pessoa os dois dramas escritos em Coimbra, Patkull e Beatriz Cenci, ao Presidente do Conservatório Dramático (não queria que soubessem que os textos eram de sua autoria para não ter um julgamento avaliado e aprovado em homenagem ao seu nome), descobriram nos textos os avaliadores mil defeitos e galicismos imperdoáveis.
Magoou-se o poeta ante a injustiça sofrida, pois sabia-se um purista, e despicou-se escrevendo Sextilhas do Frei Antão. O tipo de vingança das pessoas grandiosas de espírito.
Em outra ocasião, em carta enviada ao seu amigo Teófilo Leal, Gonçalves Dias queixava-se de ter postulado junto aos amigos que o apresentassem ao imperador, o que ainda não acontecera.
“… nossos grandes homens – disse ele – recebem-me com a carinha d´agua, namoram-me quase como se eu pudesse dispor de alguns votos, e estou certo que se for bem recebido pelo Imperador, a quem terei a honra de ser apresentado um destes dias, ninguém será mais festejado, mais gabado… pois, veremos se os bons olhos do nosso monarca farão mudar a minha sorte; de promessas já estou farto… qualquer dia.”
No entanto, mais tarde foi efetivamente apresentado ao Imperador. E dizem ter sido Dom Pedro II um dos correspondentes com quem ele se comunicava com assiduidade. É verdade que pelo governo imperial foi encarregado de cumprir algumas missões.
Provido a Secretário e Professor de Latim, do Liceu de Niterói, Gonçalves Dias recebia um magro salário que mal dava para garantir-lhe o sustento. E, quando as cadeiras do Liceu de Niterói foram extintas, para sobreviver com decência, fazia extratos das sessões da Câmara dos Deputados e também artigos humorísticos e folhetins para o Correio Mercantil. No ano seguinte foi redator dos discursos do Senado para o Jornal do Comércio.
Finalmente, em 1849, foi nomeado Professor de História Pátria e Latim, do Real Colégio Pedro II. Esse emprego, que era desejado pelo poeta, se não era algo soberbo quanto à questão financeira, juntamente com os resultados advindos da pena literária lhe garantiria certa estabilidade e folga.
Encarregado pelo Ministro do Império, Visconde de Monte Alegre, de coletar nos mosteiros e arquivos das câmaras municipais e secretarias das províncias ao Norte da Corte do Império os documentos mais importantes para o Arquivo Público, bem como, avaliar as condições da instrução pública nessas províncias, começou Gonçalves Dias por São Luís do Maranhão, a fim de abrandar as saudades da terra natal, pois dizia:
“Minha alma não está comigo… está a espreguiçar-se nas vagas de São Marcos, a rumorejar nas folhas dos mangues, a sussurrar nos leques das palmeiras…”
Mas, deixemos de lado os dados biográficos. Afinal, de tanto que já foi falado sobre ele neste seu bi-centenário, essas informações quase todo mundo já sabe.
Igualmente, não quero falar sobre o Gonçalves Dias funcionário público administrativo, que, nessa fase da sua vida pouco tempo dispunha até para sua verdadeira produção literária, e se decepcionava com os compatriotas, pois dizia:
“Tudo nesta terra é divino, exceto o homem que a habita.”
Vamos nos ater ao poeta e ao seu lado romântico, porque, entre tantas qualidades, atributos e conquistas, foi a poesia que o imortalizou definitivamente, quando, cheio de saudades da Pátria, escreveu a sua Canção do Exílio, um dos mais lindos poemas da língua portuguesa que, de tão belo e tão cheio de brasilidade, os compositores do Hino Nacional Brasileiro lhe roubaram alguns versos para mais enriquecer sua obra:
Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá…
…..
Não permita Deus que eu morra sem que volte para lá.
sem qu´inda aviste as palmeiras onde canta o sabiá.
Eu sempre acreditei que o que imortaliza o ser humano é sua obra, seu legado. E o que imortaliza o escritor é a sua capacidade de expressar os sentimentos de modo a perpetua-los no imaginário popular através dos tempos.
De nada adiantam os títulos e as loas momentâneas, se a obra não tiver a força suficiente para se consagrar no imaginário popular e transcender no tempo, porque as criações morrerão com o autor. A obra que não conseguir falar ao coração de gregos e troianos, dos intelectuais aos indivíduos mais simples, não terá cumprido seu papel.
Por isso, considero que, o que realmente imortalizou Gonçalves Dias não foi só sua intelectualidade, a métrica, a erudição e o romantismo dos seus versos, mas, foi o modo como expressou suas emoções com tal profundidade, que fez com que sua obra conseguisse tocar no coração das pessoas e mexesse com os sentimentos mais lídimos, mesmo depois de passados dois séculos.
Tudo isso, somado ao seu lendário e transcendental romance proibido com Ana Amélia, mexe com o imaginário popular, com a alma dos indivíduos, que se colocam no lugar do amante sofredor, para também vestir o manto do amor vitimado pela incompreensão.
Todo mundo está careca de saber que Gonçalves Dias era apaixonado por Ana Amélia Ferreira do Vale. Embora, nas horas vagas, também haja se apaixonado por uma dúzia de outras mulheres, como Céline, em Bruxelas; Leontina e Natália, em Dresden, na Alemanha; Joséphine e Eugénie N., em Paris, (por causa desta última Gonçalves Dias enfrentou a maior treta com a esposa, pois Olímpia, não se sabe como, teve conhecimento da relação dos dois e das cartas trocadas). Isto, sem falarmos na outra Amélia, a Amélia R., uma brasileirinha filha de um alto funcionário do Tesouro, que o conheceu enquanto passeava na Europa em companhia da mãe, e, com Gonçalves Dias, idealizava projetos de casamento futuro, sonhando acordada com o filhinho que teriam, que deveria chamar-se Antoninho.
Enfim, um sedutor por excelência é o que foi o nosso Gonçalves Dias. A todas cortejava, à todas fazia promessas, e à todas piedosamente mentia, segundo a necessidade do momento.
De acordo com Manuel Bandeira, estudioso e biógrafo de sua vida e obra
“nem o trabalho exaustivo das comissões, nem o peso dos íntimos desgostos, ser-lhe-iam entrave ao vezo de namorador impenitente… aquele homenzinho de um metro e cinquenta, coração agora ulcerado pela paixão de Ana Amélia, continuava o mesmo autêntico devastador de corações femininos, e nesta matéria aproveitou gulosamente as suas folgas de tempo nos quatro anos de Europa. O poeta queixava-se, era um chorão, mas o homem agia. Era junto às mulheres, como o viu João Francisco Lisboa, na festa de N. Sra. dos Remédios. Sabia falar, tinha lábia inesgotável.”
Porém, isto, ao meu modo de ver, não significa, absolutamente, que não tivesse amado à Ana Amélia, ou que estivesse sempre mentindo para as outras Amélias.
Quero mesmo crer que, no momento em que fazia promessas e juras às namoradas, fosse realmente o que sentia naquele momento o seu volúvel coração de poeta.
Ou, quem sabe, muitas vezes mentisse apiedado por não conseguir sentir com a mesma intensidade a paixão despertada. Talvez a mentira fosse apenas um modo de retribuir de alguma forma o afeto recebido e não deixar a parceira constrangida por tê-lo amado.
Quanto à Ana Amélia, seria verdadeiramente amor o que sentia pelo poeta ou apenas uma fantasia criada graças à proibição familiar?
Segundo o testemunho de um tal de Onestaldo de Pennafort, genro de um sobrinho de Ana Amélia, ela, que tinha um tipo mignon, vivos olhos negros e rasgados, e uma tal expressão de doçura e simpatia envolvente, nunca esqueceu de todo o poeta, e sobre ele, ainda na velhice, discorria com arroubos de sentimento. Foi uma musa digna do poeta. Não obstante, seguiu sua vida, chegando a casar-se duas vezes.
E Gonçalves Dias, seria Ana Amélia sua alma gêmea ou apenas uma espécie de fata morgana, uma imagem idealizada do amor proibido que não pudera exaurir as emoções como devia?
Não se pode descartar de todo que Gonçalves Dias talvez não amasse verdadeiramente nem Ana, nem Amélia, nem Olímpia… amasse somente a ideia de um amor perfeito. E assim, impossiblitado de ter em seus braços sua musa, imortalizou-a em seus versos, e amou-a tanto quanto alguém pode amar.
Mas, também seguiu sua vida e casou-se com Olímpia, com quem teve uma filha, que, infelizmente, não viveu por muito tempo.
É provável que, a seu modo, Gonçalves Dias tenha sentido algum afeto por Olímpia, pois casou-se com ela. Mas, o gênio forte desta, aliado à inquietude do marido, não permitiram que entre os dois fomentasse um amor do mesmo calibre e com o mesmo lirismo, a mesma transcendentalidade do amor que devotou à Ana Amélia.
Porque o amor que sentimos por uma pessoa nunca é igual ao que sentimos por outra. Somente nas almas que do além se reconhecem, os corações pulsam no mesmo tom.
E penso que, somente um amor assim, transcendental, poderia haver inspirado Gonçalves Dias a escrever, entre os outros tantos poemas maravilhosos da sua lavra, a mais bela declaração de amor em forma de poema que se conhece à paixão da sua vida, quando reviu Ana Amélia anos depois em Lisboa. Estou falando de Ainda Uma Vez Adeus.
“Enfim te vejo! — enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
…………..
Adeus qu’eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida,
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve Adeus!
Lerás, porém, algum dia
Meus versos d’alma arrancados,
D’amargo pranto banhados,
Com sangue escritos; — e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade
Que chores, não de saudade,
Nem de amor, — de compaixão.
O fato é que, quando se fala em Gonçalves Dias lembra-se logo de Ana Amélia. Ninguém pensa nos seus outros amores. Porém, sem querer de forma alguma desdourar a imagem do poeta, nem desmerecer seu amor pela maranhense, eu sempre me pergunto: teriam Ana Amélia e Gonçalves Dias sido felizes, se houvessem concretizado esse amor ideal, casado, gerado filhos, e vivido a rotina normal de qualquer casal?
Pode ser que sim, pode ser que não.
Talvez nem chegassem realmente até o casamento, porque muitas vezes a oposição familiar acaba dourando uma pílula, que afinal pode ser amarga, exacerbando em nós o desejo de possuir aquilo que nos é proibido. Isso, muitas vezes já restou comprovado. É o poder da ausência sobre a presença. Tanto que, muitos dos melhores textos de autores maranhenses foram escritos quando estavam fora do Maranhão. Gonçalves Dias não fugiu à regra, sublimando tal premissa com a Canção do Exílio.
Consideremos que, Gonçalves Dias era um poeta, um romântico passional de alma inquieta, alguém que não se satisfaz com menos que a plenitude de um encontro de almas. Um homem cuja intelectualidade e expressividade verbal seduzia tanto às mulheres quanto aos homens. Os homens no sentido da amizade sincera. E, como poeta, incapaz de se ver refletido nuns olhos cheios de paixão sem empatizar-se com esses olhos, e com a dona dos tais olhos, fossem esses espelhos da alma negros, verdes, azuis ou castanhos.
Teria Ana Amélia a fleuma, a sabedoria necessária para manter a harmonia do lar casada com um mulherengo, ou o poeta teria aquietado o coração se estivesse nos braços da sua musa?
Não é demais lembrar novamente que ela, apesar de não haver esquecido o poeta dos belos versos e falar sedutor, como há testemunhos, foi capaz de reconstruir sua vida e casar-se e ter filhos com outros, pois casou-se duas vezes.
Eis a questão que nunca se conseguirá responder!
Isso acontece com os poetas e cantores, com os cantadores de boi, que volta e meia pelos arraiais maranhenses despertam desses amores efêmeros nas expectadoras. Estas, atraídas muitas vezes somente beleza da música e da voz, que nem todos os cantadores tem a sorte de ser fisicamente bonitos. Mas, tem carisma. E contam com a magia da música, que é embriagante. E, convenhamos, Gonçalves Dias não era bonito fisicamente. Mas, com certeza tinha muito talento e carisma. Tinha molho. Daí fazer o estrago que fazia.
Eu, de fato acredito na sinceridade das declarações de amor de Gonçalves Dias por Ana Amélia. Afinal, foi um sonho que não se realizou, ficando apenas na dimensão do ideal, e isso tem bastante peso.
Mas, não desacredito também da sinceridade do poeta quando fazia suas promessas e demonstrações de afeto pelas outras Amélias que passaram por sua vida.
Talvez, nos momentos de paixão, ele próprio irrefletidamente acreditasse no amor que dizia sentir. Porém, passado o arroubo, conseguia ver o quanto fora impulsivo e talvez lhe viesse um arrependimento tardio. Quem sabe?
Amigos, a verdade é que Ainda Uma Vez Adeus, mesmo passados tantos anos, ainda emociona a todos. E a Canção do Exílio, tão simples e eloquente, ainda hoje se impõe como o primeiro poema do simbolismo no Brasil, e, Gonçalves Dias, segundo Carpeaux, foi “o primeiro poeta verdadeiramente nacional”, também classificado por José Veríssimo como “o maior e mais completo poeta do Brasil”.
Deste modo, para felicidade geral da Nação, o melhor mesmo é deixarmos de lado os alvitres e digressões filosóficas e aceitar a corrente que idealiza o amor através de Gonçalves Dias e Ana Amélia. Assim também viveremos felizes para sempre com nossas convicções.
Pois, foi lembrando da saga de Antônio Gonçalves Dias que, em 03/11/2020, dia em que se rememorava o falecimento do poeta a bordo do navio Ville Bologne, na Baía de Cumã, eu me vi, de repente, meditando que, a despeito dos outros títulos auferidos por ele, a despeito de ser patrono da Cadeira nº 15, da Academia Brasileira de Letras, que eu saiba, o poeta não foi membro de nenhuma academia, só do Instituto Histórico, não precisou disso. Foi a sua obra que o imortalizou.
Imaginei também que, que se a fé pública pode encantar Dom Sebastião na Ilha dos Lençóis, quem sabe também Gonçalves Dias não esteja encantado na Baía de Cumã, de onde já podia avistar suas amadas palmeiras, mesmo que, do sabiá só pudesse ouvir o canto em sua imaginação? Mas, convenhamos, imaginação de poeta é coisa milagrosa!
E, naquele momento até pareceu-me ter ouvido Gonçalves Dias afirmando cheio de certezas:
Evoco as preces do Salvador para buscar forças de um libertador. Nós é que somos penalvenses, já perdemos o jugo dos poderosos, agora somos soberanos. Foi-se o império, foram-se as capitanias e também as províncias. Já fomos Grão-Pará, Maranhão Velho, Maranhão Novo e agora somos Novo Tempo.
Querem os apaixonados, os conservadores extremados, negar-nos o direito de homenagearmos nosso filho mas ilustre. Por quê? …
Celso Magalhães é penalvense sim! E mais, penalvense, da terra dos lagos, dos campos do remanso margeadas por araribas e criviris, do rio Maracu, lago Cajari e da ilha encantada do Formoso. E mais, porque Penalva foi a fonte de inspiração.
Unamos as forças, ilustres penalvenses, para resgatarmos com honra e memória do nosso conterrâneo. Vamos, como frente independente, fazer valer nosso direito. O direito natural de podermos dizer: Celso Magalhães é nosso!
Nasceu em Penalva (MA), em 17.11.1947. Casou-se em primeiras núpcias com Maria Helena Saldanha, de quem veio a separar-se. Contraiu segundas núpcias com Eliana Maria de Sousa Medeiros. Filho de Cornélia de Sá Barros e de Pedro Ernane Segadilha de Barros. Filhos: Carlos Alberto de Sá Barros Júnior e Daniela Maria de Sousa Medeiros Barros.
Carlos Alberto, o Cabé, maranhense de Penalva, escritor, compositor e cantor, interpreta neste disco as canções de sua autoria (letra e música). São poesias musicadas.
É dele a apresentação a seguir:
“Muitos compositores de renome, ainda que não bons cantores, fizeram (e continuam a fazer) o registro de suas músicas em discos e a elas dando uma interpretação própria através de suas vozes. Eu, que sempre estive ligado às artes e às letras através dos trabalhos que publiquei, sirvo-me, agora, sem a pretensão de ombrear-me a nenhum compositor de fama, de outro recurso – o CD – para divulgar parte dos ‘caminhos’ de minha vida. Tudo foi feito com seriedade, amor e muita emoção. É a homenagem que eu presto aos amigos que me encorajaram e à terra que me serviu de berço e inspiração. Sou grato ao Murilo Rêgo, diretor musical e arranjador, que deu vida às minhas canções com o seu talento e zelo.”
Faleceu em setembro de 2004. Atuou nas áreas de educação, comunicação e design; também foi escritor, compositor e músico.
Aldo Leite nasceu em Penalva, distante 254 km de São Luís. Ele era ator, diretor, dramaturgo e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Foi também carnavalesco da Escola de Samba Turma do Quinto e atuou como ator e diretor em diversos espetáculos, inclusive fora do país. Foi Professor Adjunto do Departamento de Artes da Universidade Federal do Maranhão – UFMA.
Sua peça mais famosa foi ‘Tempo de Espera’ com a qual venceu o prêmio Molière – o mais prestigiado prêmio da história teatral do Brasil. A última obra foi ‘Rainha da Zona’, com direção de Tácito Borralho.
Aldo Leite, foi uma das maiores expressões das artes cênicas do Maranhão, ao lado de Reynaldo Faray e Tácito Borralho, possui uma vasta experiência como ator, diretor e autor teatral. Sendo reconhecido nacional e internacionalmente ao ser premiado, na década de 1970, com o Prêmio Molière como Melhor Diretor de Teatro.
Inicia suas peripécias no teatro encenando, ainda adolescente, no quintal de casa e no clube da cidade de Penalva esquetes e números musicais, tendo como atores irmãos, primos e colegas da escola.
Com sua transferência para São Luís com o objetivo de cursar o ginásio, atual Ensino Médio, Aldo Leite conhece Mary e Ubiratan Teixeira, entrando para o grupo teatral do Mestre Bira e participando da montagem de Simbita e o Dragão de Lúcia Benedetti, no Teatro Arthur Azevedo.
Nos anos 60 conhece Reynaldo Faray que o convida para participar do elenco de Branca de Neve e os Sete Anos, então produzido pelo Clube das Mães. A partir daí participou ativamente do Grupo TEMA – Teatro Experimental do Maranhão, trabalhando como ator em espetáculos infantis, infanto-juvenis e adultos.
Faz vestibular para o Curso de Jornalismo uma parceria da Secretaria de Educação do Estado e da USP, a UFMA ainda não tinha o curso na sua grade curricular. Os professores do curso vinham de São Paulo, entre eles, Miroel Silveira e Alberto Guzik do departamento de Teatro da USP, que logo após o curso vão assistir a montagem “O TEMA Conta Zumbi” de Gianfrancesco Guarnieri, ao final da apresentação procuram Aldo Leite e o aconselham a mudar para a Escola de Comunicação e Artes – ECA e fazer o Curso de Bacharel em Teatro, em São Paulo.
Ainda no Curso da USP em 1975, vem a São Luís sendo convidado por Reynaldo Faray para participar do elenco de Quem Casa, quer Casa de Martins Pena e viajar pelo interior do estado apresentando o espetáculo para alunos do Mobral. Dessa experiência surge a ideia de escrever Tempo de Espera, a partir das pesquisas realizadas com os alunos do Mobral e da realidade social das pessoas das cidades por onde o grupo passava.
Com a conclusão do curso em São Paulo, volta para São Luís em 1977, sendo contratado pela UFMA para dirigir o Grupo Gangorra, desenvolvendo intensa atividade artístico-cultural com o grupo universitário e o Grupo Mutirão.
TEXTOS TEATRAIS:
– Tempo de Espera
– Classe A, ha! ha! ha!… (inédita)
– ABC da Cultura Maranhense
– Aves de Arribação
– Maria Arcângela (adaptação do conto homônimo de Erasmo Dias)
– Arca de Noé
– A Rainha da Zona
– O Castigo do Santo
– O Pleito
– Um Raio de Luar
– O Chá das Quintas
– Papo de Guará
– Quem bem me Avisa, meu Amigo é
– Além do Arco-íris (inédita)
– Alô, Amém, Adeus (inédita)
LIVROS PUBLICADOS:
2007 – Memorial do Teatro Maranhense – EdFUNC
2008 – Cinco Textos Teatrais – EdFUN
2008 – Três Textos Teatrais – EdFUNC
TRABALHOS COMO DIRETOR TEATRAL:
1975 – Tempo de Espera de Aldo Leite (Grupo Mutirão).
1977 – Em Moeda Corrente do País de Abílio Pereira (Grupo Gangorra).
1978 – Pedreiras das Almas de Jorge de Andrade (Grupo Gangorra).
1979 – Aluga-se uma Barriga de Jurandir Pereira (Grupo Gangorra).
1979 – ABC da Cultura Maranhense de Aldo Leite (Grupo Gangorra).
1979 – Os Saltimbancos de Chico Buarque (com os grupos Mutirão e Gangorra).
1980 – Os Perseguidos de João Mohana (com os grupos Mutirão e Gangorra).
1980 – O Gato Errado de Fernando Strático (Grupo Gangorra).
1981 – Aves de Arribação de Aldo Leite (com os grupos Mutirão e Gangorra).
1986 – A Casa de Bernarda Alba de Garcia Lorca (com os grupos Mutirão e Gangorra).
1987 – Cenas de um Casamento de vários autores (Grupo Gangorra).
1987 – O Tribunal dos Divórcios de Cervantes (Grupo Gangorra).
1987 – O Defunto de René Obaldia (Grupo Gangorra).
1999 – Um Raio de Luar de Aldo Leite (Grupo Gangorra).
2009 – A Consulta de Athur Azevedo (com Tourinho e Glória Corrêa)
TRABALHOS COMO ATOR:
SÃO LUÍS/MA.
– Branca de Neve e os Sete Anões
– Iaiá Boneca
– Socayte em Baby-dool de Henrique Pongetti – Grupo TEMA
– O Beijo no Asfalto de Nelson Rodrigues – Grupo TEMA
– A Revolução do Beatos de Dias Gomes – Grupo TEMA
– TEMA Conta Zumbi de Gianfrancesco Guarnieri – Grupo TEMA
– Zoo Story de Edward Albee – Grupo TEMA- Direção Facury Heluy
– Em Tempo do Amor ao Próximo de Arthur Azevedo – Grupo TEMA
– A Via Sacra de Henri Ghéon – Grupo TEMA
– Os Mistérios do Sexo de Coelho Neto – Grupo TEMA
– Quem Casa quer Casa de Martins Pena – Grupo TEMA
– Por Causa de Inês de João Mohana – Grupo TEMA
– A Casa de Orates de Arthur Azevedo – Grupo TEMA
– A Consulta de Arthur Azevedo – Grupo TEMA
– Cazumbá de Américo Azevedo Neto – Grupo Cazumbá
– Simbita e o Dragão de Lúcia Benedetti – Direção Ubiratan Teixeira
– O Médico à Força de Molière – Direção Ubiratan Teixeira
– O Processo de Jesus de Diego Fabri – Direção Ubiratan Teixeira
– O Mártir do Calvário de Eduardo Cucena – Cia. Cecílio Sá
– Maria Arcângela de Aldo Leite – Grupo TEMA
– O Cavaleiro do Destino de Tácito Borralho e Josias Sobrinho – Coteatro – Direção Tácito Borralho.
– Marat Sade de Peter Slader– Coteatro – Direção Marcelo Flexa
– El Rey Dom Sebastião de Tácito Borralho – Coteatro –Direção Tácito Borralho
SÃO PAULO/SP.
– A Viagem de Carlos Queiroz Teles – Direção Celso Nunes.
– Morte e Vida Severina de Cabral de Melo Neto
– Lúcia Elétrica de Oliveira de Cláudia de Castro.
CINEMA
– A Faca e o Rio de Nelson Pereira dos Santos
– Carlota Joaquina de Carla Camurati
PRÊMIOS:
1970 – Melhor Ator por Zoo Story de Edward Albee – Festival de Teatro de Arcozêlo – Rio de Janeiro/RJ.
1975 – Representante da Região Norte II – 1º Festival Nacional de Teatro Amador –Fortaleza/CE.
– 1976 – Um dos Melhores Espetáculos de São Paulo de 1976 – Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA/SNT – São Paulo/SP.
– 1976 – Revelação de Diretor – Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA/SNT – São Paulo/SP.
– 1976 – Melhor Produção de 1976 – Prêmio Governador do Estado de São Paulo – São Paulo/SP.
– 1976 – Menção Especial: Grupo Mutirão – Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA/SNT – São Paulo/SP.
1977 – Prêmio Molière – Melhor Diretor – Rio de Janeiro/RJ.
1977 – Prêmio MEC/Troféu Mambembe – Melhor Autor – Rio de Janeiro/RJ.
1977 – Prêmio MEC/Troféu Mambembe – Revelação Diretor – Rio de Janeiro/RJ.
1976 – Representante do Brasil – XVI Festival Internacional de Teatro – Nancy/FR.
1999 – Concurso Literário Cidade de São Luís: categoria Teatro – O Chá das Cinco.
2005 – Concurso Literário Cidade de São Luís: categoria Teatro – A Rainha da Zona.
CARGOS EXERCIDOS:
1977 – Presidente da MARATUR –São Luís/MA.
1977 – Presidente da Fundação Cultural de São Luís –São Luís/MA.
1977 – Presidente da Fundação Cultural de São Luís –São Luís/MA.
1977 – Presidente da Fundação Cultural de São Luís –São Luís/MA.
O teatrólogo maranhense Aldo Leite morreu no início da manhã de sábado (05/11/2016), aos 75 anos, em São Luís (MA). Ele estava internado na capital maranhense há alguns dias depois que ter sido encontrado desmaiado em sua residência. O motivo da morte não foi informado.
Foi realizada a primeira reunião para a instalação da Academia de Ciências, Artes e Letras de Penalva, no dia 24 de de maio de 2023, no Espaço Cultural da Livraria AMEI em São Luís. O evento contou com o apoio do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), com a presença do presidente e vice-presidente da entidade, Expedito Nunes Moraes e Ana Creusa Martins dos Santos. Atuou como Secretário da reunião Gilmar Pereira.
Participantes: Alberto Muniz, Ana Creusa Martins dos Santos, Célia Leite, Carlos César Silva Brito, Expedito Moraes, Raimundo Balby, Mario Garcês e Luciana Arruda Garcês e Gilmar Pereira, que lavrou a presente Ata:
Às 17:0 horas do dia 24 do mês de maio do ano de 2023, na Associação Maranhense de Escritores Independentes – AMEI, foi realizada a primeira reunião para discutir um plano para instalação da fundação da Academia de Letras e Artes de Penalva. O Sr. Carlos César Silva Brito, presidiu a reunião para deliberar a respeito das questões abaixo:
a) a relação dos fundadores e estabelecimento de regras;
b) formação da comissão;
c) reunião de posse: administrativa e solene;
d) sede provisória;
e) mandato e presidência: duração de 2 anos;
f) nomes: 40 cadeiras;
g) patronos: pessoas falecidas e figuras expressivas.
Levando-se em consideração todas as questões aqui debatidas, foi estabelecido também, a respeito do número de cadeiras, a escolha do nome dos patronos, do principal patrono penalvense para ser o patrono da Academia, dos membros fundadores (12 fundadores), no mínimo, a relação da diretoria e a data da reunião da fundação da Academia.
Ademais, foi sugerida elaboração do Estatuto, registro em Cartório e inscrição no CNPJ.
Além disso, na reunião foi comentado a respeito do papel da Academia – que vive do passado – como instituição literária que valoriza a língua, a arte e a literatura, como destaque, foram citadas as Academias da Baixada Maranhense que são valorizadas por todo o diferencial que possuem.
Ao final da reunião, foram feitas algumas observações como: a elaboração da Assembleia de Fundação, agendar a primeira reunião em Penalva/MA e por último, a formação da primeira Diretoria Executiva da Academia.
Sendo o que havia para o momento, deu-se por encerrada a reunião às 19:00 horas e, para constar, eu, Gilmar Pereira Santos, lavrei a presente ata, que após lida e aprovada, segue assinada por mim e pelos demais participantes.
A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), sob a presidência de Ana Creusa Martins dos Santos, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), promoveram no último 19 de maio de 2023 a solenidade de entrega dos certificados, medalhas e troféus aos vencedores e participantes do II Prêmio ALCAP Naisa Amorim, com o tema “Educação de Peri-Mirim: História e Evolução”.
Na solenidade, o cerimonialista Diêgo Nunes, representando a ALCAP, declarou que:
…tenho a honra de, após um período pandêmico, realizar o 2º Concurso artístico e literário ALCAP- Prêmio Naisa Amorim 2023, que traz como tema: “Educação de Peri-Mirim: História e Evolução”. O Concurso objetiva incentivar o gosto pela leitura e pela escrita bem como provocar nos alunos uma compreensão de como ocorreu o processo educacional no município ao longo do tempo e a ligação que a atualidade tem com o passado e a partir deste aspecto, abarcar a importância no contexto histórico para a educação atual.
Registra-se que o Projeto foi idealizado pela acadêmica Jessythannya Carvalho Santos, a fim de homenagear a Patrona da ALCAP, professora Naísa Ferreira Amorim, cuja biografia evidencia o relevante trabalho em prol da educação perimiriense.
Durante a solenidade, o cerimonialista foi assessorado por Ataniêtae Ana Cléres, que é amiga da Academia e está sempre auxiliando todas as atividades da ALCAP, bem como a participação decisiva do acadêmico Francisco Viegas, que atuou em todas as fases do processo.
Na solenidade, o cerimonialista decorreu sobre a vida e obra de Naisa Ferreira Amorim, mãe do desembargador Douglas Amorim, e sua esposa Sílvia que são incentivadores e colaboradores do Prêmio. Para compor a mesa de honra foram chamados as personalidades abaixo:
Prof. HILÁRIO NUNES DA SILVA – SECRETÁRIO -ADJUNTO DE EDUCAÇÃO- REPRESENTANDO A SEMED;
Prof.ª. KÁTIA CILENE GOMES, COORDENADORA GERAL DE EDUCAÇÃO;
FRANCK WDSON SANTOS FRANÇA– SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA- REPRESENTANDO O PREFEITO MUNICIPAL,HELIEZER SOARES;
LOURIVALDO DINIZ RIBEIRO – PRESIDENTE DO SINDICATO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE PERI MIRIM;
CARLOS EDUARDO PEREIRA FRANÇA– DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL NO MARANHÃO- REPRESENTANDO OS ALUNOS DE PERI-MIRIM QUE FORAM BEM SUCEDIDOS;
Profª. NANI SEBASTIANA PEREIRA SILVA– REPRESENTANDO OS PROFESSORES QUE CONTRIBUÍRAM COM A EDUCAÇÃO DE PERI-MIRIM;
REVERENDÍSSIMO LEONARDO RIBEIRO– PARCERIA ECLESIÁSTICA COM ESTA INSTITUIÇÃO- REPRESENTANDO O PÁROCO DO MUNICÍPIO- PADRE IRVISON.
No momento, os presentes foram convidados a ficarem de pé, para a execução do Hino Nacional Brasileiro – PELO ARTISTA CONTERRÂNEO JOSÉ MENDES (Zé de Floriano).
Destacou-se a presença das seguintes autoridades:
Sargento César; Vereador Joubert Soares; Vereador Pablo Gomes; Secretário Municipal de Juventude, Trabalho e Economia Solidária- Talisson Oliveira; Secretária adjunta de Administração- Liviane Gomes e Assessora do prefeito- Ivanilde Soares.
A presidente da ALCAP, senhora Ana Creusa Martins dos Santos, usou da palavra, destacando que a instituição completou 05 (cinco) anos de existência, com vários serviços prestados, principalmente no tocante ao reconhecimento de personalidades do município;
Também usou da palavra o professor Hilário Nunes da Silva, Secretário Adjunto de Educação e Presidente do Conselho Municipal de Educação, representando a Secretária de Educação, falou da importância da premiação para a comunidade escolar, bem como elogiou a iniciativa da ALCAP, enfatizando a parceria com a ALCAP. Na mesma linha de elogios aos certame, falou a Coordenadora Geral de Educação, professora Kátia Cilene Gomes.
Em seguida foi convocado para fazer uso da palavra, o acadêmico José Ribamar Martins Bordalo, ocupante da cadeira nº 04 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense, representando os membros da ALCAP, destacando os serviços prestados pela ALCAP nesses cinco anos de existência.
Falou em seguida a Secretário Municipal de Cultura, Frank Wdson Santos França, representando o prefeito municipal, em sua fala, deu ênfase à sua admiração pela ALCAP, bem como anunciou a intenção do prefeito em doar um espaço para a sede da ALCAP, mas que precisa de aprovação da Câmara Municipal.
O Reverendíssimo Padre Leonardo Ribeiro, agradeceu o convite. Em seu discurso, enfatizou a importância da ALCAP para o município e que, desde o início, acreditou que a instituição é de fundamental relevância para desenvolvimento do município, especialmente na área da Educação e que o Prêmio Naísa Amorim apenas corrobora a sua constatação.
Também usou da palavra com o professor Lourivaldo Diniz Ribeiro, Presidente do Sindicato dos Profissionais da Educação e Servidores Municipais de Peri-Mirim (SINDPROESPEM), que destacou que já existe uma parceria com a ALCAP, pois, o sindicato já cedeu uma sala para funcionamento da Biblioteca.
Passando-se, em seguida, a palavra ao sr. Carlos Eduardo Pereira França, Delegado da Receita Federal do Brasil no Maranhão, que é egresso do ensino no Grupo Escolar Carneiro de Freitas. O delegado discorreu sobre sua vida escolar em Peri-Mirim e, emocionado, falou sobre os seus pais, Gilberto França e Conceição Pereira. Destacando que seu pai foi um dos primeiros empreendedores e que sua mãe foi professora no município. Comentando a essa fala a acadêmica Nasaré Silva enfatizou que Carlos Eduardo declarou que: “eu sou o que sou foi devido à Educação“;
Confiram abaixo os vencedores do certame e os respectivos trabalhos:
Na categoriaDESENHO, a aluna que se destacou como o 2º LUGARfoi: PAULA RAFAELY FERREIRA CHAVES, ALUNA DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL, DA ESCOLA MUNICIPAL SÃO JOÃO BATISTA, foi convidada a aluna PAULA RAFAELY FERREIRA CHAVES para receber a premiação, a professora orientadora CRISTIANE SILVA MENDES para receber o certificado de honra ao mérito e a gestora DELZA PEREIRA ALVES para receber a placa de reconhecimento, premiação entregue pela presidente da ALCAP, Ana Creusa Martins dos Santos.
Em seguida, foi convida a Supervisora da SEMED, KÁTIA CILENE GOMES, para fazer a premiação da Categoria Desenho. Foi destaque na DESENHO em 1º LUGAR, com o melhor desenho do município de Peri-Mirim foi: ENZO GABRIEL CAMPOS BARROS, ALUNO DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL, DO COLÉGIO ALDA RIBEIRO CORRÊA, foi convidado o aluno, ENZO GABRIEL CAMPOS BARROS para receber a premiação, a professora orientadora ITELVINA DO ROSÁRIO PEREIRA, para receber o certificado de honra ao mérito e a gestora ALDA REGINA RIBEIRO CORRÊA para receber a placa de reconhecimento.
Fora convidado o professor HILÁRIO NUNES DA SILVA para fazer a premiação na categoriaPOESIA, o que se destacou como o2º LUGAR foi: GUILHERME DE CARVALHO NUNES, ALUNO DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL, DA ESCOLA MUNICIPAL CARNEIRO DE FREITAS (convidamos o aluno, GUILHERME DE CARVALHO NUNES para receber a premiação, a professora orientadora MARIA DE LOURDES CAMPOS, para receber o certificado de honra ao mérito e a gestora BERENICE PEREIRA DA SILVA para receber a placa de reconhecimento.
Continuando, foi feita a premiação na categoria POESIA em 1º LUGAR como destaque para o autor: BRUNA CARLA SILVA FRANÇA, ALUNA DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL, DA ESCOLA MUNICIPAL CARNEIRO DE FREITAS, que teve como professora orientadora MARIA DE LOURDES CAMPOS, para receber o certificado de honra ao mérito e a gestora BERENICE PEREIRA DA SILVA para receber a placa de reconhecimento. Foi convidado ao presidente do sindicato professores, o professor Lourivaldo Diniz Ribeiro para fazer a premiação. NESTA OCASIÃO SOLICITAMOS QUE A ALUNA BRUNA CARLA FAÇA A LEITURA DA POESIA CAMPEÃ.
Na categoria CRÔNICA, destacou-se no 2ºLUGAR: KAYLANNE DOS INOCENTES ARAUJO, ALUNA DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO, DO CENTRO EDUCACIONAL ARTUR TEIXEIRA DE CARVALHO, foi convidada a aluna, KAYLANNE DOS INOCENTES ARAUJO para receber a premiação, a professora orientadora IONE PEREIRA, para receber o certificado de honra ao mérito e o gestor JOSÉ FÁBIO GOMES para receber a placa de reconhecimento).
Continuando a premiação, foi convidada a acadêmica e professora Nani Sebastiana Pereira Silva para fazer a premiação. Na categoria CRÔNICAem 1º LUGAR como destaque foi: LIA CARLA SILVA FRANÇA, ALUNA DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO, DO CENTRO EDUCACIONAL ARTUR TEIXEIRA DE CARVALHO (convidamos a aluna LIA CARLA SILVA FRANÇA, a professora orientadora IONE PEREIRA, para receber o certificado de honra ao mérito e o gestor JOSÉ FÁBIO GOMES para receber a placa de reconhecimento).
Foi convidado o Secretário Municipal de Cultura, Frank Wdson Santos França para fazer a premiação. Ante da premiação, foi solicitado que a aluna LIA CARLA fizesse a leitura da Poesia campeã. Continuando a categoria ESCOLA CRIATIVA em 2º LUGARcomo destaque foram: COLÉGIO ALDA RIBEIRO CORRÊA e ESCOLA MUNICIPAL SÃO JOÃO BATISTA> Foram convidas as gestoras do Colégio ARC, professora Alda Regina Ribeiro Corrêa e Taliane Corrêa juntamente com a coordenadora pedagógica professora Maria de Lourdes Campos e as gestoras da Escola Municipal São João Batista, professora Delza Pereira Alves e professora Aparecida França Martins Faray juntamente com a coordenadora professora Elinalva Campos para receberem as premiações.
Fora convidado o sr. Carlos Eduardo Pereira França para fazer a premiação para entrega da premiação na categoria ESCOLA CRIATIVA em 1º LUGAR como destaque foi a ESCOLA MUNICIPAL KEILA ABREU MELO, ocasião em que foram convidadas as gestoras da Escola Keila Abreu Melo, as professoras Darlene de Jesus Viegas Nunes e Tereza Pereira Nunes e todo corpo docente para receberem a premiação.
Ao final, fora convidada o Reverendíssimo Padre Leonardo Ribeiro para fazer a premiação. NESTE MOMENTO MENCIONAREMOS AS ESCOLAS PARTICIPANTES E NA OCASIÃO QUE FOREM CHAMADAS VIREM TODO O CORPO ESCOLAR PARA RECEBIMENTO DO CERTIFICADO DE HONRA AO MERITO, pela participação do certame, inscrevendo seus alunos e os orientando nas tarefas designada. As escola que receberam os certificados foram:
Carneiro de Freitas
Vicente Ferrer Pinheiro
Carmela Dutra
Tancredo Neves
Clodomir Millet
Sá Mendes
Cecília Botão
Alda Ribeiro Corrêa
José Demétrio Cordeiro
João França Pereira
Jarinila Pereira Campos
José Bonifácio
São João Batista
Vitorino Freire
São Benedito
Keila Abreu
Padre Gerard
Artur Teixeira de Carvalho.
Também foram reconhecidos os avaliadores dos trabalhos que aceitaram o convite e desempenharam seu papel com caráter e seriedade e imparcialidade, pois na avaliação, os avaliadores não tiveram acessos aos nomes dos alunos avaliados.
EQUIPE DE AVALIADORES:
Desenho: Professora Aliadne Raissa Maramaldode Souza e professor André Pereira Bogéa;
Poesia: Fátima de Jesus Soares Corrêa e Maria Joana Pereira;
Crônica: Professora Maria Joana Pereira e Professora Aliadne Raissa Maramaldo de Souza;
Escola Criativa: Professor Frankclin Braga Reis e Professora Kátia Cilene Gomes Martins.
A mesa foi desfeita com agradecimento a todos pela participação e colaboração. Destacando-se o envolvimento de cada aluno, de cada professor, diretor de escolas, pais e comunidade que não mediram esforços e se empenharam para o êxito do Concurso. Agradecendo-se a Deus pela oportunidade da implementação do Projeto que objetivou os resultados almejados.
O cerimonialista agradeceu todas as pessoas que deram suas sugestões e vibrações acreditando no sucesso do certame. Críticas e elogios fazem parte do processo e nos ajudam a busca pelo fazer melhor. Registrando-se que as dificuldades também fazem parte da caminhada, mas o foco foi mantido em fazer aquilo que acreditávamos surtir efeito positivo para o Município.
O projeto mobilizou comunidade, escolas, alunos, professores a fazer além do que cabe à sua função exercida no dia a dia despertando o interesse do aluno pela história educacional de Peri-Mirim e assim descobrindo talentos escondidos através da criação das artes nos desenhos, nas crônicas e nas poesias contextualizando nas expressões literárias a história, e a evolução da Educação de Peri-Mirim. Encerrando a solenidade com o sentimento de gratidão, a Deus e a todos que nos ajudaram.
Vale a pena destacar que tivemos no II Prêmio Naisa Amorim: 18 escolas inscritas, dentre estas: 04 se inscreveram na modalidade: Escola Criativa; 64 desenhos; 48 poesias; 08 Crônicas. Totalizando: 120 trabalhos produzidos pelos alunos das escolas do município de Peri-Mirim.
Ao final, a SEMED ofereceu aos convidados um delicioso coffee break regado a sucos naturais, bolo e salgados. Todos saíram satisfeitos, proferindo vários elogios.
Após a Expedição Ecoturística, realizada nos dias 21 a 23 de abril deste ano, pelo lago de Viana, rio Maracu até Cajari e lago do Aquiri em Matinha, patrocinada pelo Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) e a Rádio e TV Maracu, no dia de hoje (23/05/2023), os patrocinadores reuniram-se com a presidência e corpo técnico do Sebrae. Na oportunidade a direção do Fórum agradeceu a presença da Dra. Heloísa Helena e do Dr. Garcez por terem participado de toda a programação da Expedição. Em seguida foi entregue o OFÍCIO Nº 011 – SEBRAE ao Dr. CELSO GONÇALO SOUSA, Presidente do Conselho do SEBRAE Maranhão. Consta neste documento as principais prioridades selecionadas com foco no desenvolvimento do turismo na nossa região.
Nos foi exposto pelo Técnico Mauro Borralho os estágios do processo que implicam num estudo criterioso para elaboração de um projeto deste tipo. Em princípio será necessário o levantamento de um inventário, uma série de estudos, proposições e recomendações que darão consistência a um plano de ações sustentáveis capaz de alavancar a economia local.
Também destacou que já existem muitos estudos disponíveis.
É compreensão desta presidência que somente de posse de um projeto bem estruturado, consistente e abrangente que mostre claramente nosso potencial, fragilidades e fortalezas; desafios e oportunidades possamos mobilizar os gestores municipais, representantes da região no legislativo e sobretudo, o Governo do Estado para a concretização do Plano.
No final da reunião, o Presidente Celso Gonçalo confirmou o FDBM como parceiro na missão de alavancar o desenvolvimento da Baixada.
Representando o FDBM, além do presidente da instituição participaram na referida reunião: Alexandre Abreu, Antônio Valente e Benito Coelho e Eduardo Castelo Branco.
No referido Ofício foram apresentados os links de internet para acesso aos documentários produzidos por órgãos e influenciadores digitais, a fim de registar a Expedição Ecoturística realizada, conforme abaixo.
Seguem os links para acesso aos documentários produzidos sobre o evento:
Nos dias 21 a 23 de abril de 2023, a Baixada Maranhense recebeu visitas de muitos filhos que estão morando na capital São Luís, além de convidados especiais, como alguns imortais de diversas Academias e do SEBRAE. Estou falando dos forenses que compõem a agremiação denominada Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (fundado em 2015). Hoje presidido pelo baixadeiro de Cajari Expedito Moraes.
Foi um passeio inesquecível; com um seleto roteiro e uma programação cuidadosamente organizada pela diretoria do Fórum e pelo presidente do Sistema Maracu de Rádio e TV, Benito Filho.
O acolhimento ficou por conta dos anfitriões Linielda de Eldo e Carrinho Cidreira, prefeita e prefeito, respectivamente dos municípios de Matinha e Viana.
Em Matinha tivemos um jantar, cujo cardápio, genuinamente baixadeiro, escolhido pessoalmente pela prefeita Linielda, que executado pelas mãos habilidosas da proprietária do Restaurante dos Amigos, Dulce Moraes deu um toque especial daquela comida feita em casa. Torta de traíra seca, a jabiraca, pato e galinha ao molho pardo, carne de porco assada na brasa, peixe frito e assado, foram algumas das iguarias gastronômicas servidas à lá carte, regadas com sucos de frutas típicas da região ou com as famosas cachaças da Dose & Prosa da matinhense Maria Freitas e a Santo Ambrósio, da vianense Ana Valéria Ambrósio, ambas bastante degustadas.
Ao som dos tambores e das matracas, o bumba-boi Flor de Matinha fez jus à tradição, à nossa cultura. Não deu para resistir, entramos na roda e protagonizamos a festa junto com todos os personagens desse folguedo, que é tão nosso!
O ponto de encontro dos tripulantes para o tão esperado passeio lacustre foi no Parque Dilú Melo, em Viana. Lá os transportes já nos aguardavam. São lanchas motorizadas. Uma espécie de Cruzeiro Baixadeiro. Música, danças, bebidas comidas e muita diversão somada à contemplação da natureza, um exuberante cenário.
A rota contemplou pontos turísticos de três municípios: Viana, Matinha e Cajari, neste, um recorte: a beleza contrastante do povoado Os Coelhos, onde os moradores vivem literalmente sobre as águas.
Não tem como não nos emocionar! Uma gama de sentimentos aguçados e muitos questionamentos …
Uma parada para almoço em Viana, no cardápio a nossa deliciosa culinária, com destaques para o angu e o arroz de toucinho que estavam de lamber os beiços.
Ainda deu tempo de fazer um merchandising dos livros de muitos dos forenses-escritores.
São Pedro deu uma trégua nesses três dias e fechou as torneiras, para que o sol, com toda sua majestade brilhasse ainda mais. Sob o calor intenso e águas cristalinas, uma combinação perfeita para um banho na Enseada do Nazaré, em Matinha.
Finalizamos o dia onde começamos: Parque Dilú, ambiente que respira poesia, perfeito para encontros e reencontros, prosas, causos e construção de memórias.
Um café na casa do prefeito Carrinho Cidreira, marcou o encerramento da expedição que promove o ecoturismo. O mesmo itinerário feito pelas águas, daqui a alguns meses é possível fazê-lo sobre os torrões.
E nos estaremos prontos para dar uma espiada.
Venha conhecer a Baixada Maranhense; dona de dupla face, que em ambas versões vale muito a pena espiar.
*Maria Zilda Costa Cantanhede Presidenta da Academia Matinhense de Ciências, Artes e Letras – AMCAL; Especialista em Linguística, Educação do Campo, Educação Pobreza e Desigualdade Social; Articulista, cronista, poetisa, revisora textual; Professora da Rede Estadual de Ensino; Supervisora de Normas e Organização da Rede Integral/ SUNORI/SEDUC/SAEPI; Coordenadora de Mostras e Feiras Científica do CNPq/MCTI; Pesquisadora do CNPq.