APAIXONADO POR JESUS

APAIXONADO POR JESUS

Por José R Gusmão*

Sou um ser imperfeitamente apaixonado por Ti, Senhor.

Vós morrestes por mim por inexplicável amor e pura paixão! Sofrestes na carne como homem e como homem morrestes na cruz! Tua cruz é a prova do amor maior e é o prêmio da minha fé. Fé que se move  também com o peso da minha Cruz, fé que se suaviza com a leveza da tua libertação.

Eu desejaria viver essa experiência de entregar a vida por meu irmão na Tua perspectiva de que “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15, 13). Ainda não cumpro o mandamento do amor na dimensão insuperável do Teu desejo e da vontade soberana do Teu Pai.

Teu nascimento transcendental por meio do sacrário vivo Maria é o apogeu de toda a história, passada, presente e futura, e Tua paixão e ressurreição representam o troféu da minha, da nossa vitória. Vitória que começa e termina em Ti, Jesus! Como disse o apaixonado Paulo, que radicalizou: “viver pra mim é Cristo”.
Jesus, Tua paixão me conduziu à libertação!
O “meu ser apaixonado” ainda precisa me conduzir à adoração do Teu Sagrado Coração!
Tua paixão, ápice do Teu amor incompreensível, me arrebatou para o esconderijo do Deus do Impossível e para a consolação do coração de Maria Santíssima.
Minha paixão, por vezes vivenciada no altar da adoração, não consegue entender a razão do teu divino amor, amor humanizado por mim, que sou um ser cravejado de pecados, e ao mesmo tempo marcado de esperanças recolhidas em Ti.

Tua paixão é livre e transborda pelo firmamento.
Tua paixão é plena de espírito e verdade.
Tua paixão é plena de amor e santidade.
Tua paixão é plena de misericórdia e caridade.
Tua paixão é plena de mistério, mistério e mistério, que se esconde no véu entre o céu e a terra. Véu que se descortina sobre este mar terreno e cujo espelho d’água reflete a bondade e misericórdia de Deus.

O “meu ser apaixonado” cresce sempre que o teu corpo e sangue são levantados no altar, pois assim também eu me levanto para uma vida nova. Vida restaurada em Ti e para Ti, Jesus.

Jesus, “meu ser apaixonado”, a minha paixão, quase sempre se empobrece com a pequena profundidade do meu amor, amor arranhado por uma fé, às vezes vacilante, e pela transitoriedade das minhas certezas. Ainda necessito caminhar para águas mais profundas e pescar todo aquele que Deus atraiu para Ti. Sim, Tu me transformastes num
pescador de homens, mas eu ainda sou um peixinho aprendendo a nadar… sem Você, Jesus, às vezes sinto que vou afundar.

Como foi possível a Perfeição se aproximar da minha condição de um ser tão pequeno e insignificante, por insistir em dar o que não tem?.
Mas o que poderia eu Te oferecer, Meu Senhor, por tanto amor? Talvez minha vida passageira seria pouco, posto que não é minha. Só tenho o último instante que vivi e só por hoje quero Te amar, com paixão, como se não houvesse amanhã.

Minha alma que não se sustenta na leveza do teu sopro deseja apaixonar-se por Ti!
Aceita, Senhor da Eternidade, o pequeno tesouro que guardo em meu frágil coração, ora ferido pelo irmão, ora ferindo o irmão, ora magoado pelo mundo, ora magoando o mundo, ora ferindo também teu sagrado coração…
Ouso Te oferecer a “minha paixão”, com um tímido pedido de perdão, visto ser impossível comparar a dimensão do Teu amor e do teu feito por mim.
Tu me conheces de forma implacável, Tu sombra me acompanha de forma inexorável, estás sempre por perto quando me afasto do alcance da retina do Teu Pai.
Permita-me dizer: “Nosso Pai e Pai Nosso”!
Mas é importante que saibas, meu Senhor: “minha paixão” contempla meu passado com suas quedas e lágrimas, meu presente com suas pressas e demoras, meu futuro com suas incertezas e esperanças e minha história inteira com páginas ainda em branco e a espera de belas poesias e respostas. Toma conta, Meu Senhor, deste rascunho que ainda sou eu. Mas insisto, um ser imperfeitamente apaixonado por Ti.

Sim, sou um ser imperfeitamente apaixonado por Ti, meu Senhor. Mas essas gotas de paixão que brotam do meu frágil coração são o suficiente para que eu descubra o sentido da Tua vida na minha, o sentido da minha existência passageira no mundo, vida marcada pelo Teu sangue e que deseja permanecer seguindo Teus passos… até alcançar o
Teu arrebatador abraço.

Embora imperfeitamente apaixonado por Ti, sinto Tua presença quando o mundo tenta me devorar; escuto Tua voz quando me perco na multidão; encontro o rumo na luz do Teu olhar quando perco a direção; Tuas mãos me fortalecem quando me falta chão para caminhar; Teu abraço salvador me alcança quando me envolve a solidão; minha alma se acalma na proximidade do Teu perfume e Tua face desenhada no madeiro da minha pequena cruz ilumina meu caminho, com o brilho maior do que o sol e todas as estrelas reunidas.

Jesus, eu sou um ser imperfeitamente apaixonado por Ti.
Jesus, Tu és Deus perfeitamente apaixonado por mim.
A diferença inalcançável “é o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 14), amor que liga o céu à terra, amor nos liga a Deus.

 * José Ribamar Gusmão Araújo  é natural de Bequimão/Maranhão. Membro-fundador do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), Gestor do Projeto Bosques na Baixada do FDBM. Engenheiro Agrônomo, formado pela UEMA. Mestre e Doutor em Agronomia/ Horticultura pela UNESP, Campus de Botucatu/SP. Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade (DFF)/CCA/UEMALeciona no Curso de graduação em Agronomia e no Programa de Pós-graduação em Agroecologia. (Texto escrito em (31.12.2012).

AQUELA VOZ NO SILÊNCIO

AQUELA VOZ NO SILÊNCIO

Por Gusmão Araújo*

Há um sopro de Deus entre a intimidade que me religa pelo umbigo a alguém inesquecível e a saudade que se alimenta do perfume do amor que permanece. Perfume de rosas!

 Na terra onde fui parido e o meu umbigo enterrado, especialmente após as primeiras chuvas do inverno, sinto um cheiro de chão peculiar, incomparável, que remonta à minha infância feliz. A ligação minha e da família com a terra é muito intensa. Cultivar a terra e produzir a própria comida que frutificava do chão fértil era tradição familiar, além das aventuras em pescarias muito prolíficas.

Na pequena comunidade Qindiua (terra abundante de doces) onde nasci, a doçura da vida era viver com simplicidade e obter da natureza os frutos emanados do céu. Quando eu ainda era muito jovem, a família migrou para a sede do município, Bequimão, singela e linda cidadela encostada entre o litoral e os campos da Baixada.

No novo lugar, a família cresceu e alcançou alguns laivos de prosperidade. Casa simples e típica, situada próximo à Igreja Matriz de Santo Antonio e Almas, quintal grande, cheio de árvores frutíferas e pequenas criações, cantoria de pássaros… Parecia um cenário perfeito pra se viver e sonhar.

Há uma marca entre mãe e filho que cicatriza mas não se apaga: o umbigo. Basta tocar no umbigo e o pensamento voa pra ela e uma caixa de boas memórias se abre. Aquela que me gerou e deu a vida pela minha, me alimentou por algum tempo por esse cordão vivo que depois se transformou numa marca indelével, a cicatriz do amor. Com o passar dos anos um outro cordão surgiu, como contas de um rosário – mãos que cuidam, abraços que acolhem, palavras que ensinam, conselhos que educam, sorrisos que encantam, gestos que eternizam o amor.

Na rede atravessada na varanda onde repouso por alguns instantes ao cair da noite, dirijo meus pensamentos para um tempo distante no qual contemplo o barulho matinal das crianças – eu e meus irmãos – e a voz doce daquela mulher simples que me gerou, gerando em mim também uma alegria que não cabe nos sentidos.

O lugar na varanda onde me encontro foi o mesmo espaço onde, no grande quintal, vicejou o jardim da minha mãe e, logo próximo, havia um recanto dedicado às brincadeiras intermináveis das crianças ao final da tarde.

Fecho os olhos e, intencionalmente, conduzo meus sentidos para cenas remotas, ricas em simbolismos e significados…

Enquanto “ela” regava suas plantas e se embriagava com o perfume das rosas – suas prediletas – corria os olhos ágeis em nossa direção. Do seu olhar saia uma voz inaudível e, ao mesmo tempo, perfeitamente compreensível. Parecia dividida entre conversar com as flores do seu jardim e cuidar, com o olhar altaneiro, os rebentos de seu ventre, pululando nos arredores. Em seu semblante havia uma certeza de que os rebentos banhados de terra eram seus verdadeiros tesouros os quais ela iria gastar uma vida para lapidar e fazê-los dignos de um futuro luminoso e da bondade de Deus. E fazer brilhar em cada um a luz de Cristo, conquistada nas águas do batismo.

Sempre que me colocava nessa situação, na rede na varanda, contemplando o infinito, conseguia congelar as imagens e eternizar um tempo que não morreu no passado. No inquietante e reconfortante silêncio do meu ser, com a pureza d’alma de uma criança, conseguia ouvir aquela voz familiar e insubstituível. Nessa condição, entre não estar acordado e não estar sonhando me permitia vivenciar uma realidade paralela que só amor era capaz de reproduzir e eternizar. Era como se sentar numa confortável poltrona para assistir a um filme ansiosamente aguardado. Há um sopro de Deus entre a intimidade que me religa pelo umbigo a alguém inesquecível e a saudade que se alimenta do perfume do amor que permanece. Perfume de Rosas!

De repente, aquela voz tão conhecida rompe o silêncio e ouço um chamado: “José, tá na hora de parar e se preparar para o banho”; ouvem-se outros chamados à prole: “João, Antônio, Francisco, Bal”…, chamados prontamente atendidos mesmo que não se desejasse que a tarde findasse. Em outro canto do quintal um grupo de quatro meninas também brincava de construir sonhos e, vez ou outra, aumentar o barulho do dia com gritos de alegria. Após os acenos, aquela nobre mulher, com cheiro de rosas, seguia na frente e nós, com cheiro de terra, a seguíamos com a justa obediência daqueles que respeitavam porque amavam.

Por vezes, perdia a noção do mergulho que fazia na nossa história comum e quão tênue era a linha que separa a realidade cotidiana e a alegria genuína esculpida no íntimo do meu coração. Quando parecia que ia acordar, procurava meu umbigo e começava tudo outra vez e aquela voz silenciosa se colocava dessa vez a cantar, fazendo-me adormecer e sonhar, como um menino da pequena Quindíua que não desejava crescer…

Aquela nobre mulher, que conversava com as flores e se encantava com a história de Maria Santíssima e Jesus partiu para o jardim celestial há tempos, por certo auxiliando Nossa Senhora em suas tarefas divinas, mas a sua voz continua ecoando silenciosamente na minha história, aquecendo minha realidade, remexendo meu umbigo e me renovando o encanto pela vida e pelas vidas que também tive a graça de gerar. São flores que também cultivo no jardim do meu coração.

Senhora Antônia, esposa de Antônio…

O seu amor me fez vencer a dor e os desafios E acreditar que o seu olhar

Sua voz

E o seu abraço Me fazem sentir

Que continuas aqui Bem perto de mim Como um anjo

A me proteger Do anoitecer Ao amanhecer

Sempre, Minha Querida Mãe!


 * José Ribamar Gusmão Araújo  é natural de Bequimão/Maranhão. Membro-fundador do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), Gestor do Projeto Bosques na Baixada do FDBM. Engenheiro Agrônomo, formado pela UEMA. Mestre e Doutor em Agronomia/ Horticultura pela UNESP, Campus de Botucatu/SP. Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade (DFF)/CCA/UEMALeciona no Curso de graduação em Agronomia e no Programa de Pós-graduação em Agroecologia.

Academias na Baixada, a vez de Bequimão

Academias na Baixada, a vez de Bequimão

Foi realizada a primeira reunião para a instalação da Academia de Ciências, Artes e Letras de Bequimão, no dia 21/07/2018, no Espaço Cultural da Livraria AMEI em São Luís. O evento contou com o apoio do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense – FDBM.

Além da presença dos futuros ‘imortais’, o evento contou com a participação dos presidentes das academias de Matinha e de Peri-Mirim: César Brito e Eni Amorim, respectivamente. O evento foi marcado pela presença ilustre de Vavá Melo, da Academia de São Bento, grande entusiasta das academias na Baixada e do forense João Carlos, da Academia de Matinha.

A reunião foi conduzida pela presidente do FDBM, Ana Creusa. Secretariando os trabalho, atuou o advogado Ribeiro Júnior, que se encarregará de minutar uma ata, para fins de registro da exitosa reunião. Iniciou-se a reunião com uma rápida abertura feita pela presidente do FDBM acerca do projeto Academias na Baixada, cujo gestor é o Coordenador do Curso de História da UFMA, Prof. Manoel Barros.

Todos usaram da palavra para fazer uma breve apresentação pessoal e declinar sobre as suas expectativas quanto à instalação da Academia em Bequimão. 

Ao final, enfatizou-se sobre os próximos passos que serão a escolha do nome da academia, dos patronos e membros, bem como a elaboração do estatuto e demais documentos para a constituição da Academia. Também ficou defino que a próxima reunião será em Bequimão, provavelmente no início do mês de setembro.

 

Academia de Bequimão

São Luís do meu imaginário: Reminiscências

“Você está ouvindo a mais poderosa emissora do Norte e do Nordeste do Brasil. ZYF23, ZYF24, Rádio Difusora do Maranhão. 44° 18′ a Oeste de Greenwich, 2° 32′  ao Sul do Equador. Ondas médias, Curtas e Tropicais…”

        Era mais ou menos assim que se ouvia no vozeirão empostado de Fernando Sousa, grande locutor maranhense, o anúncio de que estávamos sintonizados na emissora de maior audiência de São Luís, e do Maranhão, do final dos anos sessenta e inicio dos anos setenta.  As emissões em Frequência Modulada (FM) ainda não haviam chegado à nossa terra. Apenas existiam nos grandes centros do  Sudeste do Brasil. Além da Difusora, havia as Rádios Ribamar, Timbira, Gurupi e, bem depois, a Educadora.

        Além de Fernando Sousa, outros radialistas que fizeram história foram Murilo Campelo, que era piauiense (Rádios Atrações MC), Zé Branco, Guioberto Alves, Herbert Fontenelle, Mauro Campos, Rui Dourado, Leonor Filho, Jafer Nunes, Florisvaldo Sousa… Aos domingos às noites tinham as “paradas de sucesso”, onde se ouviam as 40 músicas mais tocadas durante a semana.  Uma  cópia de um programa famoso das rádios americanas de então (que ainda existem nos dias de hoje, de nome America Top Forty). Épocas de Beatles, Jovem Guarda. Mas as músicas italianas e francesas também estavam nas “paradas de sucessos”.  Ficou famosa a Equipe 680 que comandava as jornadas esportivas da Difusora. Tinha uma música belíssima que era colocada antes, durante e o final das transmissões esportivas.

        Os Times de futebol eram Sampaio Correa, Moto Club, Maranhão Atlético Clube, Vitória do Mar e Nacional. Sampaio, Maranhão e Moto se reversavam nas conquistas dos títulos estaduais. Eu era “boliviano” fanático. Daqueles de assistir aos treinos e saber decorado quem eram os jogadores do meu time. Sampaio e Moto sempre foram os maiores rivais no futebol maranhense. Mas as rivalidades das torcidas se limitavam aos gritos de gol, vaias… Nada de violência de torcidas organizadas. Aliás, essa figura nefasta não existia. É coisa da modernidade.

        Os cursos Ginasiais (últimos quatro anos do atual nível fundamental) e Científicos (três anos do atual nível médio) eram feitos no Liceu, Escola Normal (que funcionava às tardes no mesmo prédio do Liceu e era apenas para moças que queriam ser “Normalistas”. Lembram da música do Nelson Gonçalves?) Escola Técnica. As duas escolas públicas, cujos exames de admissão (espécie de vestibular para entrar no primeiro ano ginasial) eram disputadíssimos. Mas havia também os Colégios Maristas, São Luís, Atheneu. Havia os colégios religiosos. Os católicos eram o Rosa Castro e Sana Teresa (só para moças). O protestante era o Batista que ficava no João Paulo.

        A  nossa patota do Liceu era estudiosa. Lá estavam o Herbert de Jesus, que hoje é poeta, escritor, contista. Os que fizeram Medicina: Maneco, Frazão (já falecido), Gualhardo, Gonçalves de Jesus (Espírita). Ivaldo, Pina (Designer). Érico e o Heliomar Scrivner Furtado (Engenheiros Civis). Eu fiz Agronomia em Belém. Todos nós fomos para o Cursinho Pré-Vestibular do Prof. José Maria do Amaral, estágio obrigatório para quem queria conquistar uma vaga nos concorridos vestibulares de então.

        Um detalhe que chama atenção, vendo os fardamentos dos colégios de hoje, eram os uniformes de todas as escolas de então. De muito bom gosto. A do Liceu no Ginásio (que tinha apenas garotos) era toda cinza. A calça tinha vinco azul claro nas laterais das duas pernas. A blusa no curso científico do Liceu era branca, mangas compridas, com dois bolsos com lapelas. Sobre a lapela do bolso esquerdo se liam as iniciais de Colégio Estadual (CE). Desenhado no bolso vinham uma, duas ou três estrelas. Todos esses detalhes em azul. O número de estrelas denunciava o “primeiro”, “segundo” ou “terceiro” ano do curso cientifico. No pescoço, uma garbosa gravata azul, com o nó bem dado. Uma elegância só.

        Ao final das manhãs, ao terminarem as aulas, descíamos em patota a “Rua Grande” (Oswaldo Cruz) que era a principal rua do comércio em São Luís. Íamos apanhar os ônibus na Av. Magalhães de Almeida. O meu eu apanhava na esquina do Bazar Ferro de Engomar.  Também desciam as garotas dos demais colégios. Era época das minissaias. Ficávamos na torcida para que “um vento buliçoso”, não apenas “balançasse os cabelos” das garotas, como nos versos da bela Toada “Bela Mocidade” do Poeta Donato do Boi de Axixá, mas que também fosse “generoso”  conosco. Íamos à loucura, quando isso acontecia. Bom demais!

        Essa é a São Luís que ficou no meu imaginário. Saí em busca da conquista dos meus sonhos e não mais voltei. Nasci com muita honra no Paricatiua, um belo povoado do município de Bequimão. Mas foi em São Luís que eu me preparei para ganhar  e conhecer o mundo. Aí estão as minhas raízes, as minhas lembranças, as minhas primeiras frustrações…. Mas também estão algumas das minhas maiores alegrias da fase juvenil, convivendo com os meus pais, com o meu irmão, com os meus colegas de bairro e de Colégio. Tínhamos consciência das nossas muitas carências. Mas fomos muito felizes. E também sabíamos! 

*José Lemos é natural de Paricatiua – Bequimão/MA, Professor da Universidade Federal do Ceará, Engenheiro Agrônomo, Pós-Doutor em Economia dos Recursos Naturais e do Meio Ambiente pela Universidade da California, Riverside, CA, USA. Artigo publicado no Jornal O Imparcial do dia 12/05/2018.