Ana Creusa despede-se da presidência do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense

Ana Creusa despede-se da presidência do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense

Mediante discurso reproduzido abaixo, Ana Creusa Martins dos Santos, que ocupou o cargo de Presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), no biênio 2017-2019 deixa o cargo e dá posse à nova diretoria eleita. O FDBM é um exemplo de organização, pautada pelo respeito e amor à Baixada, cujos membros utilizam os seus valores pessoais e profissionais para trabalhar em prol da região. Segue abaixo o discurso:

Boa tarde a todos,

Inicio minhas breves palavras de despedida da Presidência do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM) com a frase premonitória de Joãozinho Ribeiro na ocasião da minha aposentadoria do serviço público e que consta no Livro Ecos da Baixada que diz: As pessoas constroem em torno de si seus espaços de existência, com suas singularidades, porém nunca sozinhas. Estas palavras ficaram cunhadas em minha mente e quando recebi o convite para participar do FDBM, não tive dúvidas em aceitar o convite, participei da fundação, fiz parte do corpo da Diretoria, por bondade dos irmãos forenses, nome carinhoso que designamos os componentes do Fórum.

O Fórum estava muito bem, sob a batuta corajosa e decidida do seu idealizador e 1º Presidente, que não pretendia concorrer à reeleição, assim como eu neste momento. Convidou-me a concorrer à eleição para Presidente. Eu, imediatamente, recusei por estar em tratamento de saúde. Pude ver (não sei se somente eu) a tristeza nos olhinhos do amigo.

Estava decidida a não aceitar, ou melhor, não podia! Porém, estava incomodada com a recusa do desafio, que não fazia parte da minha biografia. Nesse processo, pensei em meu pai, que havia falecido naquele ano de 2017. Eu acreditei que ele me aconselharia a aceitar o desafio. Não sei se não era hora de recuar, eu não percebi e aceitei. Tive que pedir licença devido a complicações no tratamento. Depois retornei e continuei o trabalho, cuja retrospectiva vocês estão acompanhando.

Tivemos inúmeras dificuldades, aquelas típicas de sociedades sem fins lucrativos. Tentei implantar a gestão compartilhada. Juntamos as câmaras temáticas em projetos, que são: 1) Academias na Baixada; 2) Bosques na Baixada; 3) Diques da Baixada; 4) Turismo na Baixada e 5) Desenvolvimento Institucional. Mediante portaria foram nomeados os gestores e gestores adjuntos para todos os projetos. Promovemos encontros na Baixada, como em Matinha e a Confraternização em Viana que foi considerada a “Confraternização dos Sonhos”.

Já formam constituídas duas academias sob as diretrizes do FDBM: Matinha e Peri-Mirim e estão em andamento São João Batista e Bequimão, que peço à nova diretoria que dê prioridade, pois levo essa pendência, pois não foi possível avançar, por muitas razões, que não cabe aqui declinar. O projeto Bosques na Baixada renderam o Bosque Paricás em Paricatiua e reserva de uma área em Matinha.

Dentro do projeto Desenvolvimento Institucional, fizemos confraternizações, pré-carnaval para os baixadeiros, vista a municípios e participação em diversos eventos.

O Selo Editorial FDBM já lançou 5 livros: Ecos da Baixada; Serões na Baixada do Maranhão; Na Asa de um Colibri; 2ª Edição de Curiosidades Históricas de Peri-Mirim e 2ª edição do Dicionário do Baixadês.

Conseguimos aprovar a lei municipal e estadual que transporta o FDBM em entidade de utilidade pública.

Agradeço imensa e carinhosamente a Diretoria do FDBM que se despede com a sensação de dever cumprido, apesar de todos os percalços, por nós vivenciados pela nossa gestão. Nossa Gratidão a Deus e a todos os forenses, parceiros e amigos.

Queremos dar as boas-vindas à 3ª Diretoria eleita do FDBM, sob a Presidência de João Batista Martins que considero um presente para o Fórum da Baixada, pois, além do seu exímio preparo técnico é um ser humano especial, agregador e humano que, cuja disponibilidade em aceitar o desafio só pode ser fruto de Oração.

E, como palavra final queremos dizer que “renovar não é destruir, é respeitar os fundamentos”. É com base nesses princípios que o FDBM, apesar da tenra idade, já acumula obras. Primeiro porque constrói suas obras preservando e adaptando as experiências acumuladas. Passaremos todos os documentos à nova Diretoria em data e horário marcados.

Com estas palavras, entrego a direção do FDBM à nova diretoria eleita formada por:

DIRETORIA DO FÓRUM EM DEFESA DA BAIXADA MARANHENSE – Eleita para o Biênio 2019 – 2021

PRESIDENTE: João Batista Martins

1º VICE-PRESIDENTE: Expedito Nunes Moraes

2º VICE-PRESIDENTE: Antônio Lobato Valente

1º PRESIDENTE DE HONRA: Wewman Flávio Andrade Braga

2º PRESIDENTE DE HONRA: Ana Creusa Martins dos Santos

1º SECRETÁRIO: David Dérik Aguiar Cutrim

2º SECRETÁRIO: Alexandre Ayrton Muniz de Abreu

1º TESOUREIRO: Estela Cristina Lima Ribeiro Ferreira

2º TESOUREIRO: Marlilde Mendonça Abreu

CONSELHO FISCAL, MEMBROS EFETIVOS:

Jaílson Mendes Mota

José Ribamar Gusmão Araújo

João Muniz Silveira

CONSELHO FISCAL, MEMBROS SUPLENTES:

Deuzenir Costa Carneiro Szekeresh

João Carlos da Silva Costa Leite

Flaviomiro Silva Mendonça.

Aos quais dou posse e desejo sucesso na gestão. O futuro o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense está em suas mãos. Passo a palavra ao atual Presidente, João Batista Martins, digno Presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense.

Para onde vão os desempregados?

Para onde vão os desempregados?

Lourival Serejo

A matemática e a estatística têm sido aliadas dos estudos sociais por alertarem para situações nem sempre percebidas pela sociedade e pelos governantes. Nenhum gestor responsável, hoje, pode ignorar a avaliação dos números, principalmente se exerce um cargo político.

Esta crônica se vale da comparação de números para acionar o botão de alarme da questão do desemprego.

Nosso Tribunal de Justiça vai realizar concurso para preenchimento de 63 vagas de servidores. Para esse número irrisório de lugares, inscreveram-se 98 mil candidatos. Como milhares não pagaram as inscrições, o número ficou reduzido para 65 mil. Serão, portanto, 65 mil candidatos, concorrendo por 63 vagas, respeita- das as respectivas divisões por cargos. Antes, os concursos eram locais ou, no máximo, regionais. Hoje, não, são nacionais. Inscrevem-se candidatos de todos os rincões do país.

O que significam esses números?

Não há maior alarme social do que esse para alertar os governantes sobre o índice de desemprego no Brasil e o perigo que esse problema representa para a estabilidade social e econômica da sociedade.

Pressionados pelo desemprego, os jovens tendem a buscar qualquer tipo de alternativa para superarem a situação em que se encontram. Dentre essas opções, surge o crime, de braços abertos para acolhê-los.

Criou-se uma Força Nacional para combater a violência; os Secretário de Segurança reúnem-se constantemente para discutirem políticas de repressão ao crime; o Ministério da Justiça oferece apoio aos estados nessas ações e, agora, está pedindo apoio econômico da Fiesp e de bancos oficiais para essas medidas; a imprensa denuncia diariamente atos de violência praticados em todos os cantos do país.

E para combater o desemprego, o que se anda fazendo? Desemprego também é violência. Violência contra a dignidade do cidadão, contra seu direito ao trabalho. Já calcularam as situações de jovens desempregados sem celulares, sem roupas, sem tênis, sem poderem ir a uma festa, sem poderem beber uma cerveja nos finais de semana, sem poderem ir a um estádio de futebol, sem nada, sem nada. Alguns mais desesperados circulam pelas ruas como zumbis.

A cada progresso da inteligência artificial, o desemprego tende a aumentar. Essa proporção cruel vai piorar as coisas. Por mais que se evite assumir uma postura negativa, esses números aqui expostos confirmam o aspecto – ou espectro? – alarmante da situação.

O desemprego, que é um problema político, pode tornar-se um caso de polícia, uma vez que o destino de muitos jovens, principalmente os mais pobres, é acabar, mais cedo ou mais tarde, numa prisão qualquer, acusados da prática de algum crime, levados pelo ócio ou pelo desespero.

Lembrem-se daquele político do Império: “Façamos a revolução antes que o povo a faça?” Já imaginaram essa massa de desempregados ocupando as ruas como em 2013? Será que levarão flores nas mãos?

Os números desproporcionais do concurso do Tribunal de Justiça ex- põem uma das causas mais imediatas da criminalidade: o desemprego. Será preciso mais evidência para deduzir- se que é a clientela de desempregados que aumenta as fileiras do crime?

Quisera estar errado, como se estivesse pregando profecias de Cassandra, ao pintar esse quadro negro do futuro. Mas o problema do desemprego não está sendo levado a sério no Brasil. Se os líderes políticos tivessem mais compromisso com a República, não estariam dormindo sossegados.

Artigo publicado no Jornal O Imparcial do dia 26/09/2019.

Lourival de Jesus Serejo Sousa é natural de Viana, membro da Academia Vianense de Letras . Formou-se em Direito, em 1976, mais detalhes em http://www.academiamaranhense.org.br/lourival-de-jesus-serejo-sousa/

O Fórum da Baixada participou de evento promovido pela Academia de Peri-Mirim, com o objetivo de resgatar brincadeiras antigas praticadas na Baixada Maranhense

O Fórum da Baixada participou de evento promovido pela Academia de Peri-Mirim, com o objetivo de resgatar brincadeiras antigas praticadas na Baixada Maranhense

No último dia 22/09/2019 (domingo), após o encerramento do Festejo de São José, no Povoado Cametá, a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) promoveu o Resgate de Brincadeiras Antigas, após o sucesso do evento de mesma natureza na comunidade do São Raimundo. 

A Presidente da ALCAP, ao justificar a participação da Academia no evento afirmou que “o resgate das brincadeiras de antigamente ajudam as crianças a aprenderem a se expressar, lidar com os sentimentos, resolver conflitos e respeitar regras e companheiros”.

As brincadeiras selecionadas foram: 1-Torta na cara; 2- Corrida de saco; 3- Pular elástico; 4- Perna de pau/lata; 5- Pião; 6- Bambolê; 7- Amarelinha; 8- Bete; 9- Pata cega; 10- Dança da cadeira; 11- Cabo de guerra; 12- Queimado
13- Corda. Algumas delas não foram realizadas devido ao forte calor e ao avançado da hora.

No início foram formadas duas equipes: Piaba e Piranha, este nome foi contestado por alguns devido à forma pejorativa como o termo é usado. Esse paradigma foi quebrado e as piranhas venceram o torneio. Fato muito bem lembrado por Nita de Jair que insistiu e justificou a escolha do nome.

Durante o intervalo foi servido um delicioso café solidário para a criançada e  adultos que caíram na brincadeira, bem como aos imortais da academia, que deram o exemplo “pagando seus micos”, com diz a garotada.

O café solidário foi marcado de significados e emoções. Os presentes que usaram a palavra iniciando pela Presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), Ana Creusa, enfatizaram a importância para resgatar o espírito de comunidade que já reinou naquele lugar; em que o auxílio em tarefas do campo era constante, desde a feitura de casas e açudes a cuidados domésticos. Ana Campos e seu marido foram muito felizes em suas palavras, enfatizando que o resgate de brincadeiras antigas desperta a solidariedade. Ao final, a Presidente da ALCAP agradeceu e cumprimentou pela participação de todos.

Pela academia estiveram presentes: Eni Amorim, Diêgo Nunes, que dividiu a coordenação do evento com Tatá Martins; Ana Cléres e Ducarmo, como amigas da ALCAP; Jessythanya; Gisele Martins, Ana Creusa e  Ely Campos. Como premiação dos participantes, formam sorteadas cestas básicas, fornecidas pelo Sargento César.

Constata-se que a Academia de Peri-Mirim cumpre o seu papel de ser uma agremiação popular, que atua junto às pessoas, a fim de lhes auxiliar na construção de virtudes, que auxiliarão no desenvolvimento do município, do estado e do país, exatamente dentro dos valores cultivados e repassados pelo Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, que justificam, com louvor, o Projeto Academia na Baixada.

UEMA promove a VIII Semana Acadêmica das Ciências Agrárias

UEMA promove a VIII Semana Acadêmica das Ciências Agrárias

Ocorrerá no período de 17 a 20 de setembro, na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), a VIII Semana Acadêmica das Ciências Agrárias, com o tema “O PROFISSIONAL DAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS: Desafios e Perspectivas”, envolvendo os cursos de Agronomia, Engenharia de Pesca, Medicina Veterinária e Zootecnia.

O evento conta com uma programação diversificada, visando o intercâmbio de conhecimentos relacionados com a área das Ciências Agrárias, como complementação extracurricular para os discentes e docentes dos referidos cursos, bem como a interação com docentes de outras universidades, profissionais, empresas e a comunidade em geral, com a visão para as novas tecnologias, a inserção destes no mercado de trabalho e contribuir para a formação ou atualização destes profissionais.

O tema é muito importante para os baixadeiros, pois é sabido que a assistência técnica no campo é fundamental para o desenvolvimento sustentável da Baixada Maranhense; a exemplo de vários arranjos produtivos como hortas comunitárias e nas escolas, criação de peixes, abelhas, ovinos, caprinos e outros. O tema chamou bastante atenção  dos forenses, especialmente dos estudantes de Ciências Agrárias do Instituto Federal de Educação – IFMA/Maracanã, David Cutrim, que é membro da diretoria do Fórum em Defesa da Baixada (FDBM) e Leuzanira Furtado, a Rainha das Expedições do FDBM. 

Destaca-se, ainda, o envolvimento dos gestores do Projeto Bosques na Baixada, os doutores José Ribamar Gusmão Araújo e Jucivan Ribeiro Lopes., que são professores do curso de Agronomia da UEMA.

O FDBM deseja que a VIII Semana Acadêmica das Ciências Agrária seja coroada de êxito.

Mais informações no www.cca.uema.br.

Fonte: https://www.uema.br/2019/07/uema-realiza-a-viii-semana-academica-das-ciencias-agrarias/#prettyPhoto

Estatuto da ALCAP

Minha terra, minha origem

Minha terra, minha origem
César Brito em Lisboa

Carlos César Silva Brito lança sua primeira obra, denominada Minha terra, minha origem.  O autor é o prestigiado presidente da Academia Matinhense de Ciências Artes e Letras – AMCAL  A obra foi escrita no estilo crônica poética, que retrata fielmente o passa no coração e na alma do autor, que tem o hábito de preservar a natureza e velejar pelas águas do Lago do Aquiri, que serpenteiam as terras dos seus ancestrais. O livro foi inicialmente lançado em Portugal, entre os dias 25 e 27 de julho deste ano, e deve ser relançado na Feira do Livro, em São Luís.

Minha terra, minha origem é uma obra para ser lida na vagarosidade da vida do interior, distanciando-se da correria já consolidada dos grandes centros urbanos, explorando, analisando e degustando cada verso, linha, parágrafo, como se fosse, numa analogia propicia ao momento, um gostoso produto da saborosa e peculiar culinária baixadeira, por todos apreciada. 

O poeta homenageia sua família e traz informações que serão essenciais para quem quer obter o conhecimento das origens de Viana/Matinha, suas fronteiras, pontos de vistas, histórias, bem como regalar-se num bom espaço de poesias.

No mês de agosto do ano passado, César Brito e sua esposa Ângela receberam, com carinho, o Fórum em Defesa da Baixada em sua propriedade em Matinha. Um lugar aprazível que o Dr. Gusmão, professor de Agronomia da UEMA e um dos palestrantes do evento, denominou de “Santuário de Ponta Grossa”, onde coexistem várias espécies de animais e plantas exibem suas riquezas de formas, cores e aromas, com certeza, fontes de inspiração ao autor.

Prefaciada e revisada pelos imortais da AMCAL, João Carlos da Silva Costa Leite,  e Maria Zilda Costa Cantanhede, respectivamente, a obra MINHA TERRA, MINHA ORIGEM tem um público alvo: aqueles que prestigiam e se deleitam na epopeia da arte poética e os muitos admiradores do autor, dada a sua capacidade de cativar pelo exemplo de um ser humano especial. Boa sorte, César Brito, é o que lhe deseja seus irmãos forenses. O Livro está disponível para venda na Livraria AMEI do São Luís Shopping em São Luís.

Texto adaptado a partir da publicação em: https://jailsonmendes.com.br/presidente-da-academia-matinhense-de-ciencias-artes-e-letras-lanca-livro-de-poesias/

A Baixada não é problema, é solução

A Baixada não é problema, é solução

A Baixada Maranhense é uma microrregião geográfica composta por 21 municípios, habitada por mais de meio milhão de pessoas, numa área superior a 20.000 km quadrados, com uma localização privilegiada, não apenas pela proximidade da Capital, mas também por ser zona de transição entre o semiárido nordestino e a região amazônica, o que torna as suas terras férteis e produtivas.

Formando uma enorme planície, quase ao nível do mar,na época das chuvas acumula uma lâmina d´água de aproximadamente um metro e é constituída pela imensidão de campos naturais, ostentando fauna e flora só comparáveis ao pantanal mato-grossense.

O seu ecossistema serve como berçário natural para uma majestosa biodiversidade, composta por animais, aves e peixes bem característicos do pantanal maranhense.

A Baixada possui um potencial hídrico extraordinário, reforçado pela existência dos rios Aurá, Maracu, Pericumã, Turiaçu, Pindaré, Mearim e outros, potencial esse que necessita de investimentos urgentes para contenção da água doce que escoa para o mar, deixando uma extensa área desertificada durante vários meses, todos os anos.

A eletrificação com a energia de Boa Esperança, a implantação de rodovias asfaltadas, o transporte por meio de ferry boats e projetos ainda a serem implementados, como os diques da Baixada, a ligação rodofluvial entre São Luís e os municípios de São João Batista e Cajapió, via município de Bacabeira, representam ações e planos de governo que contribuem e ainda vão contribuir bastante para o melhora-mento da qualidade de vida da população baixadeira.

Diante desse quadro, é hora de pensarmos no PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BAIXADA MARANHENSE, alicerçado na implantação de projetos estruturantes e arranjos produtivos de grande alcance econômico e social, que transformarão a região numa grande produtora de alimentos, dentre outros fatores de crescimento.

A espinha dorsal da Baixada é a MA-014 (rodovia Vitória do Mearim-Três Marias), que cruza a maioria dos municípios. De suma importância também é a MA-106 (rodovia Cujupe-Pinheiro). Isso sem contar os ramais de acesso às sedes de vários municípios e as estradas vicinais.

Para iniciar esse processo de desenvolvimento seriam implantadas mini-usinas de etanol e biodiesel, sustentadas com o cultivo da cana de açúcar, girassol, mamona e aproveitamento do coco babaçu. A instalação de usinas eólicas e experiências com energia solar também deveriam ser priorizadas, devido à abundância de ventos e de luminosidade existentes na região. No Brasil, onde verificamos atualmente uma grande instabilidade climática em diversas regiões, vemos a Baixada mantendo uma regularidade propícia à sua autossustentação energética.

Incentivo ao desenvolvimento agropecuário e da agroindústria, com a implantação de uma bacia leiteira capaz de suprir a região metropolitana de São Luís e outras regiões do Estado; industrialização de laticínios e derivados; projetos de piscicultura, rizicultura e carcinicultura; criação de aves (frangos, patos, marrecos e outros); criação de abelhas, considerando a grande floragem durante vários meses do ano; campos agrícolas comunitários para produção específica de mandioca, milho, arroz, melancias e hortaliças. Tudo isso é possível para transformarmos a região da Baixada numa das mais prósperas do Estado, com investimentos públicos e privados e com base no PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BAIXADA MARANHENSE.

O Governo Estadual daria um grande passo para reduzir a pobreza e garantir o desenvolvimento econômico-social, a partir da criação de uma “comissão de alto nível”, formada por técnicos identificados com a Baixada, contando ainda com o empenho de parlamentares estaduais e federais, que recebem o respaldo do eleitorado da região, para a alavancagem dessa iniciativa junto às diversas esferas governamentais. Somos de um tempo em que a Baixada elegia seus próprios filhos como parlamentares intransigentes e resolutos na defesa de seus mais legítimos interesses, o que infelizmente não ocorre hoje.

Todos que amam a Baixada devem lutar com tenacidade buscando a intervenção do Poder Público para a consecução desse sonho, viabilizando a construção dos Diques da Baixada (obra redentora da Baixada Maranhense), projeto reivindicado ao longo de muitos anos e que se encontra sob a responsabilidade da Codevasf, em fase de levantamento cartográfico e de estudos ambientais.

A Baixada não é problema, precisa somente da sensibilidade dos nossos governantes.

Crônica de Luiz Figueiredo, publicada no Livro Ecos da Baixada, nas páginas 28/31.

Anajatuba: portal da Baixada

Anajatuba: portal da Baixada

A Baixada Maranhense abre-se bela e acolhedora pelos campos de Anajatuba. Humilde e misteriosa, espalha seus campos na imensa planície verde que constitui a nossa região. Misteriosa e encantadora, canta na voz de seus morros as nossas lendas, repetidas pelos habitantes do campo num sussurro que mais parece uma prece.

Seus mistérios se misturam com a realidade, deixando em cada viajante que vem de longe uma expressão de espanto que não lhe tira a magia de seus encantamentos.

Por ali passavam as estradas de gado que, a partir do século XVII e até o início do século XX, conduziam as boiadas vindas do Sertão e de outros Estados até o Porto das Gabarras, hoje aterrado pelo capricho da própria natureza, para o abastecimento da capital. Restam hoje alguns estreitos igarapés por onde navegam pequenas igarités utilizadas pelos marisqueiros para a pesca de camarões, guardando a tristeza de ver os manguezais sendo destruídos por pragas de lagartas.

De seus campos, Raimundo Gomes Jutaí partiu com alguns vaqueiros conduzindo uma boiada da “ilha” Buenos Aires até Manga do Iguará, atual cidade de Nina Rodrigues, onde a ação dos baixadeiros invadiu a cadeia pública, liberando os prisioneiros e marcando o início da Guerra da Balaiada.

Os seus tesos exuberantes, que chamamos de ilhas campestres, se diluem na imensidão do campo, recebendo nomes exóticos que envolvem um passado construído por pessoas de diversas procedências, cujos fantasmas lendários construíram um conjunto riquíssimo de estórias inusitadas que a maioria dos homens do campo têm como verdadeiras.

Dos seus morros sagrados, ecoam os sons surdos das caixas do Divino ou de São Benedito, misturados com o rufar dos atabaques que acompanham danças ancestrais como o terecô ou coco e o Tambor de Crioulos, característica de nossa terra, onde só dançam os homens. De suas comunidades quilombolas se ouve a cantoria de trovadores e repentistas, menestréis que guardam as tradições vindas da Mãe África. Os livros que escrevi (Santa Maria de Anajatuba e Os Fantasmas do Campo I e II), se ocupam de contar essas histórias fascinantes, com suas luzes caminheiras, aparições e assombrações que encontram eco no imaginário popular.

Abençoados campos de Anajatuba, guardiões silenciosos da Baixada, onde várias espécies de peixe promovem o sustento da população: jejus, traíras, carambanjas, anojados (chamados de bagres ou mandis em outras regiões), piabas, pacus, cascudos e muitos outros que agora disputam o es-paço com as redes de engancho com malhas abaixo do que permitido pelo IBAMA, estendidas criminosamente no campo onde são apanhados ainda pequenos e jogados fora, mortos e em decomposição.

A Baixada serve de abrigo para muitas outras vidas. As suas aves encantam os céus com suas cores brilhantes e diversificadas: garças, guarás, marrecas e carões, dividem o espaço com as jaçanãs, algumas de tonalidade azul. Nas suas moitas de junco, abrigam-se os jurarás, a jacarerana, os jabutis e os jacarés que velam pelos ninhos das aves. E os homens, os maiores beneficiários dessa riqueza, a destroem com suas queimadas, transformando essas vidas como espécies em extinção.

Não podemos esquecer que, nas matas que rodeiam os campos, canários, canarinhos, rouxinóis, vivins, bigodes, caboclinhos e espécimes raras de beija-flores festejam principalmente as nossas manhãs com suas belas sinfonias.

Todos esses traços culturais guardam a memória de um povo que se delicia com expressões artísticas e literárias, ocasionando a fundação da primeira academia de letras da Baixada, no dia 31 de julho de 1999, a Academia Anajatubense de Letras, Ciências e Artes, a qual, embora fechada no seu próprio ambiente, abriga poetas, cronistas, compositores, artistas plásticos e artesãos que constituem o orgulho de sua gente.

É com essa contribuição, humilde, mas pujante, que saudamos a edição dos “Ecos da Baixada”, para cujo canto empresta também a sua voz e saúda o município de Matinha, caçula das academias de letras da Baixada Maranhense que por certo inspirará a criação de muitas outras.

Crônica escrita por Mauro Rego, publicada no Livro Ecos da Baixada, nas páginas 21/23.